O Ibovespa apresentou o segundo melhor desempenho entre 20 bolsas de valores globais, segundo o ranking do Valor Data. No acumulado, o índice brasileiro subiu 3,02% no mês.
Conforme publicado no Valor Econômico, o índice IBOV apenas ficou atrás do americano Dow Jones, que acumulou alta de 4,41% no mesmo período.
“Uma descompressão sincronizada no Brasil e no exterior contribuiu para o movimento de alta das ações brasileiras, com dados econômicos favoráveis ao corte de juros nos EUA e diminuição da tensão em torno do fiscal brasileiro”, comenta Larissa Quaresma, analista CFA da Empiricus Research.
Ibovespa teve a 2ª maior alta em julho, na frente de 20 bolsas globais
Durante a primeira quinzena de julho, o Ibovespa conquistou 11 pregões consecutivos no verde. Antes de Joe Biden desistir da corrida presidencial, a confiança do mercado na vitória de Trump parecia animar ainda mais o índice.
Enquanto isso, as sinalizações de manutenção das taxas de juros na próxima reunião dos dirigentes do Federal Reserve e previsão de cortes em futuras reuniões do Fomc (o “Copom” dos EUA) também seguraram o clima positivo, até sua concretização na quarta-feira (31).
A candidatura à presidência pelos Democratas de Kamala Harris pressionou os resultados das pesquisas eleitorais, diminuindo a certeza sobre a vitória de Trump.
Indicadores macroeconômicos americanos também indicaram que a economia poderia estar diante de um alívio da inflação.
“Os últimos indicadores da economia americana reforçaram o arrefecimento da atividade e da inflação, o que aumenta as chances de o Federal Reserve iniciar o corte de juros nos EUA ainda este ano, como sinalizado pelo próprio presidente da instituição [Jerome Powell] em coletiva de imprensa nesta semana”, lembra Quaresma, sobre o posicionamento de Powell nesta quarta-feira (31).
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Negociações na B3 aceleram e governo faz sinalização otimista
Somente essa expectativa, na visão da analista, já é suficiente para beneficiar as ações brasileiras, o que foi traduzido em números pelos volumes de negociação da B3 (B3SA3). Em julho, os investidores estrangeiros aportaram cerca de R$ 7 bilhões na B3, ou R$ 3 bilhões se excluirmos as ofertas – a privatização da Sabesp (SBSP3) atraiu bastante capital estrangeiro.
“O cenário doméstico também ajudou, principalmente após o governo promover uma contenção de R$ 15 bilhões em despesas no Orçamento de 2024. Aqui, tivemos uma importante sinalização do compromisso de cumprir o Arcabouço Fiscal, o que também contribuiu para o fechamento da nossa curva de juros futuros e a alta das ações brasileiras”, complementa Quaresma.
Por outro lado, entretanto, o Ibovespa acumula uma queda de 4,87% em 2024. Essa taxa coloca o índice como a segunda maior desvalorização entre os demais, ganhando apenas do IPC do México, que caiu 7,40%.
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