Na noite de ontem (2), o Mercado Livre (Nasdaq: MELI; B3: MELI34) divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre do ano, que veio novamente acima do esperado pelo mercado.
Diante do aumento da base de clientes (+17%) e do número de itens vendidos (+18%), a receita líquida da companhia atingiu US$ 3,4 bilhões, crescimento de 31% na comparação anual.
Vale destacar que houve evolução em todas as regiões de atuação, especialmente na Argentina (+156%), no México (+45%) e no Brasil (+23%), ganhando participação de mercado em mais um trimestre no país. Em dólar, todas as regiões cresceram mais de 20%.
Volume de mercadorias ultrapassa US$ 10 bilhões
O volume bruto de mercadorias transacionadas (GMV) alcançou a marca de US$ 10,5 bilhões, crescimento de 23% na comparação anual e de 47% excluindo-se o efeito do câmbio. Essa foi a primeira vez que o GMV ultrapassa a marca dos US$ 10 bilhões, que foi beneficiado pelos problemas enfrentados pela Americanas.
Índice de taxas cobradas pelo e-commerce subiu para 18,4%
Tal qual já vinha ocorrendo nos últimos trimestres, o take rate (índice das taxas cobradas pelas plataformas de marketplace sobre seus vendedores) do segmento de e-commerce expandiu mais uma vez, para 18,4%. O número foi influenciado pelo aumento da penetração da iniciativa de anúncios (advertising) e do repasse de preços para os sellers.
Ao longo dos últimos anos, é interessante ver como a companhia tem conseguido aumentar as funcionalidades para os sellers e clientes e, com isso, o take rate de sua operação. Em 2010, por exemplo, o take rate era de 6%.
Como resultado do investimento contínuo em infraestrutura, a malha logística própria, representada pelo Mercado Envios, atingiu penetração de 94% da rede gerenciada, o que é um recorde. Já o fulfillment, serviço no qual a Meli realiza o armazenamento, embalagem e entrega dos pedidos, atingiu uma penetração de 46% em termos consolidados. Atualmente, 56% dos pedidos estão sendo entregues em até 24 horas.
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Mercado Pago expandiu 740% em comparação anual
O segmento de fintech, representado pelo Mercado Pago, também apresentou números superlativos. O volume total de pagamentos (TPV) atingiu US$ 42 bilhões, um aumento de 740% em relação ao 2T22. Do total, US$ 27 bilhões é referente ao TPV off marketplace (fora do Meli), enquanto o restante está sendo transacionado dentro da própria plataforma da companhia.
Com isso, enquanto a margem bruta ficou em 50,4%, aumento de 1 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo período de 2022 e a margem operacional ficou em 16,3%, avanço de quase 7 p.p.
Por fim, a companhia apresentou margem líquida de 7,7% e um lucro líquido de US$ 558 milhões.
Resiliência é o nome de Mercado Livre
Os resultados do Mercado Livre reforçam a resiliência do seu modelo de negócios e a capacidade de seguir expandindo sua operação a despeito de um cenário macro adverso. Gostamos bastante da companhia e acreditamos que o evento Americanas fará com que o ganho de mercado se acelere.
Contudo, negociando a 1,2 vezes valor da firma sobre GMV e 3,2 vezes valor da firma sobre vendas para o ano que vem, ainda não sentimos um conforto de valuation para realizarmos a recomendação do papel.
Sendo assim, apesar de reconhecermos o excelente resultado, seguimos com recomendação neutra para Mercado Livre (Nasdaq: MELI; B3: MELI34).