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Mercados aguardam dados de inflação ao consumidor nos EUA nesta manhã; saiba mais

Hoje, aguardamos o relatório do índice de preços ao consumidor americano, com uma previsão de aumento de 3,3% em outubro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, representando uma desaceleração em relação aos 3,7% do mês anterior.

Por Matheus Spiess

14 nov 2023, 08:54 - atualizado em 14 nov 2023, 08:54

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Bom dia, pessoal. Os mercados aguardam com expectativa a divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos nesta manhã. Este indicador é o mais relevante da semana para a agenda internacional e pode ser determinante para influenciar o sentimento dos investidores. Dados abaixo das expectativas poderiam impulsionar os ativos de risco. Nesse cenário, os ativos europeus e os futuros americanos apresentam alta nesta manhã, em sintonia com o otimismo observado nos mercados asiáticos ao longo da terça-feira, especialmente devido ao encontro entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, agendado para a noite de hoje.

A ver…

· 00:31 — Hoje a meta é sua, hoje a meta é nossa, é de quem quiser, quem vier

No Brasil, o ponto central, além de assimilar os inúmeros resultados corporativos divulgados ontem e o dado do setor de serviços para hoje, é a possibilidade de revisão da meta fiscal. Nesse contexto, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) propôs ontem emendas para alterar a meta fiscal, visando um déficit de até 1% em 2024. Sinceramente, duvido que isso tenha relevância; apenas evidencia o que já sabíamos, que a ala política, especialmente os parlamentares do PT, é a favor de uma revisão na meta. Isso não traz novidade até o momento. Seria mais impactante se a emenda viesse de alguém verdadeiramente influente no Congresso ou no partido, mas como não foi o caso, os investidores podem ignorar.

Isso não altera a importância da semana para essa discussão. Rui Costa, representante proeminente da ala política, defende uma revisão para, no máximo, 0,5% do PIB de déficit para o próximo ano. Contudo, isso também tem pouca relevância; afinal, estaria provavelmente igualmente incorreto (o déficit deverá situar-se entre 0,75% e 1%). Devemos ter uma definição disso logo após o feriado, até o final da semana. O cenário mais provável é que a meta seja mantida até o início do próximo ano, quando teremos os primeiros dados de arrecadação de 2024. Muitos apontam para o mês de março, quando teremos o relatório de avaliação de despesas e receitas. Eu considero essa previsão plausível.

· 01:36 — Emissão verde

O Ministério da Fazenda confirmou ontem a emissão de US$ 2 bilhões em títulos sustentáveis, com uma taxa de 6,5% ao ano (um spread implícito em relação à Treasury de referência foi de 180 pontos, típico de países com grau de investimento). Esta foi a primeira incursão em dólares no mercado internacional com títulos sustentáveis do Tesouro Nacional.

Os títulos, com vencimento em 18/03/2031, foram emitidos ao preço de 98,572% do seu valor de face e, segundo o Tesouro, representam um novo marco na gestão da Dívida Pública, reafirmando o compromisso com políticas sustentáveis e alinhando-se com a expansão do mercado de títulos temáticos.

A demanda pela primeira emissão de títulos soberanos sustentáveis brasileiros superou significativamente o volume emitido, com o livro de ordens atingindo cerca de US$ 6 bilhões. O menor spread em quase uma década destaca uma via promissora que o Brasil pode explorar nos próximos anos. 

· 02:33 — Uma inflação para chamar de sua

A notícia significativa da sexta-feira foi a revisão para baixo da perspectiva de crédito dos EUA pela Moody’s, que agora está em negativa, com potencial para abalar a confiança do mercado hoje. Esse movimento poderia ter impactado os rendimentos dos títulos, elevando-os, e causado uma queda nas ações, à medida que os investidores reavaliavam os riscos.

No entanto, isso não foi o primeiro alerta sobre a dívida dos EUA, e os investidores estão mais concentrados no presente. O efeito, portanto, foi consideravelmente mais contido do que inicialmente previsto. É bastante provável que os investidores tenham conservado sua energia para o dia de hoje.

Hoje, aguardamos o relatório do índice de preços ao consumidor americano, com uma previsão de aumento de 3,3% em outubro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, representando uma desaceleração em relação aos 3,7% do mês anterior. Excluindo alimentos e energia, espera-se que o índice suba 0,3% em relação ao mês anterior, alinhado com o ganho registrado no mês passado.

Caso os números fiquem abaixo das expectativas, isso poderá animar os investidores. Uma nova pesquisa do Fed de Nova York revelou que as expectativas dos consumidores para a inflação em 12 meses são agora de 3,6%, em comparação com os 3,7% do mês anterior. A expectativa para cinco anos caiu ligeiramente para 2,7%. Se houver uma convergência nesse sentido, a situação pode apresentar melhorias.

· 03:25 — A política monetária do Fed

Nos Estados Unidos, nas últimas semanas, as ações registraram aumento à medida que os investidores ponderam a possibilidade de o Federal Reserve encerrar seu ciclo de aumento da taxa de juros, que se estende por mais de 20 meses. Esse encerramento limitaria a taxa de fundos federais a um intervalo entre 5,25% e 5,50%. No momento, o mercado de futuros está precificando três cortes em 2024, totalizando 75 pontos base, ou 0,75 ponto percentual.

Entretanto, esse é apenas um ponto de partida, e nos últimos dois anos, nada ocorreu conforme planejado em relação à inflação, ao crescimento econômico ou à política monetária. Entre economistas e bancos de Wall Street, há uma ampla gama de previsões para o Fed em 2024. Considerando uma desaceleração da atividade a partir deste quarto trimestre e uma inflação mais controlada, acredita-se que o Fed possa intensificar um eventual ciclo de flexibilização no segundo semestre, o que seria positivo para as ações.

· 04:12 — Preocupação sobre a demanda

Os preços do petróleo encerraram em alta na segunda-feira e continuaram a subir na manhã desta terça-feira, após a OPEP descartar preocupações sobre a desaceleração da demanda. Na semana passada, os futuros do petróleo haviam caído à medida que os investidores descartavam o risco de um conflito mais amplo no Oriente Médio e começavam a temer que uma queda nas exportações chinesas pudesse indicar um abrandamento econômico afetando a procura de petróleo.

A OPEP, no entanto, rejeitou essas preocupações em um relatório divulgado ontem, afirmando que os fundamentos do mercado estão sólidos, com as importações chinesas de petróleo aumentando em outubro. O grupo de produtores de petróleo também destacou o robusto crescimento econômico nos EUA e citou a previsão do FMI de um crescimento de mais de 5% na economia chinesa este ano.

Ao mesmo tempo, o mundo enfrenta o mais alto nível de risco geopolítico em cinco décadas, com a guerra em Israel ameaçando se espalhar e o conflito na Ucrânia persistindo. Na região, alguns comparam a situação atual ao embargo petrolífero de 1973. Embora eu não acredite em uma escalada agressiva, se ocorrer, os preços poderiam novamente disparar para acima de US$ 90 por barril.

· 05:07 — E se o humor amargar?

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Sobre o autor

Matheus Spiess

Estudou finanças na University of Regina, no Canadá, tendo concluído lá parte de sua graduação em economia. Pós-graduado em finanças pelo Insper. Trabalhou em duas das maiores casas de análise de investimento do Brasil, além de ter feito parte da equipe de modelagem financeira de uma boutique voltada para fusões e aquisições. Trabalha hoje no time de analistas da Empiricus, sendo responsável, entre outras coisas, por análises macroeconômicas e políticas, além de cobrir estratégias de alocação. É analista com certificação CNPI.