Na sequência de divulgações de balanços de resultados por parte das empresas, a Localiza (RENT3) também apresentou seus números referentes ao 1T22 na última segunda-feira (02/05), e se manteve acima das expectativas.
É o que apontam no novo relatório da série As Melhores Ações da Bolsa, os analistas Fernando Ferrer e João Souza. Confira os detalhes sobre o desempenho da empresa:
Fatores de rentabilidade
Em linhas gerais, a locadora reportou uma receita líquida da ordem de R$ 2,7 bilhões, -3,1% na comparação anual, dos quais quase R$ 1,7 bilhão, 32,7% a mais que no 1T21, foi proveniente da operação de aluguel (gestão de frota e aluguel de carro).
Esse aumento deve-se à maior diária média de locação considerando o cenário inflacionário e o aumento da taxa Selic, que compõe cerca de 62% da receita total.
Já o mercado de seminovos foi responsável por acrescer pouco mais de R$ 1 bilhão às receitas da companhia, -32,4% comparado com 1T21, compondo os 38% restantes.
Segundo informado pela Localiza, o principal motivo pelo qual houve contração nos resultados de seminovos foi a menor desativação de veículos, reduzindo o volume de vendas de seminovos em quase 50%.
Essa estratégia já vem sendo executada pela empresa desde o início da crise em função da dificuldade na reposição de veículos novos.
No segmento de aluguel de carros (RAC), a companhia elevou a diária média a R$ 105,70, 31,7% a mais que o 1T21, e teve uma queda de -1,9% na taxa de utilização da frota, mantendo-se em 78.5%.
“Nesse cenário, vemos o copo meio cheio, sinalizando a capacidade da companhia em repassar preços sem que sua operação seja radicalmente comprometida”, avalia Fernando Ferrer.
Gestão de frotas: o maior destaque entre os resultados
“Em nossa visão, o destaque do resultado ficou com o segmento de gestão de frotas, cujo número de diárias cresceu 12% no comparativo trimestral”, comenta Ferrer.
Esse valor trouxe à receita líquida uma contribuição de R$ 345 milhões, 22,8% a mais que o 1T21, devido ao aumento de diárias em paralelo à política de repasse de preços.
De acordo com a companhia, o backlog de carros a receber para novos contratos e renovação segue alto, o que indica aquecimento dessa linha de atuação.
Ebitda com crescimento superior a 40%
Outro destaque foi o Ebitda da companhia, que atingiu 1,14 bilhão, crescimento de 41,3% em comparação com o mesmo período de 2021.
Esse resultado se deve ao aumento dos níveis de preço e melhora na eficiência operacional em virtude da redução da inadimplência e do roubo. Com isso, a margem Ebitda subiu 4.2%, atingindo 68.1%.
O lucro líquido também apresentou crescimento, chegando à marca de R$ 517 milhões, 7.3% a mais que o 1T21, com margem líquida consolidada a 19.2%, aumento de 2 p.p. em relação ao 1T21.
Um número que também deve ser analisado é o indicador de endividamento, que se manteve em 2 vezes Dívida Líquida sobre Ebitda, com a maior parte do vencimento prevista para 2024.
“Cabe ressaltar que a companhia conta, atualmente, com um volume de caixa suficiente para honrar seus compromissos pelos próximos dois anos e meio, o que deixa a locadora em posição confortável, além de manter a dívida líquida ao redor de 50% do valor da frota, política cultivada há anos pela empresa”, complementa Ferrer.
Além disso, outro fator abordado foi a dificuldade na compra de carros, que faz com que a média de idade da frota suba, impulsionando um aumento nas despesas com manutenção. Ferrer destaca: “A Localiza tem executado um belo trabalho e apresentou mais uma vez um bom resultado”.
Por fim, a empresa negocia a múltiplos convidativos, com valor da firma sobre Ebitda (EV/Ebitda) ao redor de 9 vezes.
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