A Meta Platforms (FBOK34) divulgou no final de abril seu balanço referente ao 1T22. Juntamente com João Piccioni e Enzo Pacheco, Richard Camargo compartilha análise dos números em novo relatório da série Money Rider.
“Apesar da clara desaceleração, o resultado manteve-se sólido e a Meta se comunicou muito bem”, afirma Camargo. No dia seguinte da divulgação, as ações da companhia chegaram a subir 18%.
Sobre a situação atual da empresa, o analista afirma que o cenário é semelhante aos períodos de 2016 e 2018. “Resultado trimestral com guidance fraco de receitas e excesso de investimentos, apenas para em três meses contar aos investidores que as coisas não estavam tão ruins assim e que eles nem pretendiam investir tanto”, explica.
Por dentro do resultado e dos objetivos de Zuckerberg
Em comparação ao mesmo período do ano anterior, a receita da empresa cresceu 7%, somando U$ 27,9 bilhões, em linha com o esperado pelo mercado.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que vai desacelerar o nível de investimentos gerais.
Ele confirmou que o objetivo é direcionar a geração de caixa da família de apps – Facebook, Instagram e Whatsapp – para a construção do Reels, do “Reality Labs” e da infraestrutura de inteligência artificial da Meta.
“Esses investimentos, porém, não excederão a geração de caixa nos próximos anos, o que foi um alívio para os investidores”, ressalta Camargo.
Inteligência Artificial em desenvolvimento
Em termos qualitativos, a Meta investiu volumes recordes na sua infraestrutura de inteligência artificial. O futuro da plataforma nesse sentido depende da integração de conteúdos e das recomendações pautadas em probabilidades, num modelo similar ao do Tik Tok.
“Claramente, Zuck e o time da Meta estão ‘all in’ nessa aposta, que consideramos fundamental para que a Meta mantenha sua relevância e retome uma trajetória de crescimento sustentável”, fala Richard.
Parte Operacional: veja os números
A quantidade de usuários ativos mensalmente na divisão “família de aplicativos” cresceu 6% na comparação anual, totalizando 2,87 bilhões de pessoas. Já o número diário de usuários ativos foi de 1,96 bilhão, 4% a mais que o 1T21.
Houve crescimento também na área de impressões, de 15%, embora o preço médio por anúncio tenha diminuído 8% em decorrência das pressões derivadas da mudança na política de privacidade da Apple.
Ao final do trimestre, a margem operacional foi de 31%, caindo 12% em relação ao mesmo período de 2021, devido ao ritmo elevado de investimentos previamente mencionados.
Levando em consideração todos esses valores, a Meta gerou US$ 8,5 bilhões em fluxo de caixa livre para o acionista, equivalente a uma margem de 30%, considerada bastante elevada pelo analista.
Outro ponto importante é que, durante o 1T22, a empresa também conduziu um extenso programa de recompra de ações em meio às baixas, tendo alocado US$ 9,5 bilhões nesse processo.
Planos para o futuro e expectativas para a ação
“O excelente resultado, aliado ao guidance de diminuir a velocidade de cruzeiro nos investimentos para o restante do ano, foi suficiente para explicar a boa performance da ação”, avalia o analista.
Ele complementa, ainda, que no “Reality Labs”, aposta da Money Rider no metaverso, Mark voltou a falar sobre o lançamento previsto para esse ano do projeto “Cambria”, dispositivo de realidade aumentada focado em funcionalidades de trabalho.
O objetivo de longo prazo do time do Meta é que o Cambria substitua o notebook como ferramenta de trabalho.
Por fim, Richard conclui: “Negociado a apenas 14 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, seguimos animados com o potencial de longo prazo da Meta”.
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