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Meta (META/M1TA34) deixa Google ‘comendo poeira’ no 2T23 com crescimento de dois dígitos

A empresa de Mark Zuckerberg apresentou expansão de margens nos resultados do 2T23 e alcançou 3 milhões de usuários ativos.

Por Richard Carboni Camargo

27 jul 2023, 09:38 - atualizado em 03 ago 2023, 16:01

resultados 1T23 Meta
Imagem: Pixabay

O Meta Platforms (Nasdaq: META | B3: M1TA34), o bom e velho Facebook, acaba de divulgar seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2023.

Pela primeira vez em sua história, o Meta ultrapassou a marca de 3 bilhões de usuários ativos diariamente. Somado a essa boa notícia, os números foram sólidos, com crescimento de dois dígitos, expansão de margens e um guidance que deixou todo o mercado positivamente perplexo. 

Em resposta ao bom resultado, as ações subiram 11% no pregão noturno.

Destrinchando os números

A receita do Meta cresceu 12% em relação ao 2T22, totalizando US$ 31,48 bilhões, acima do esperado pelo mercado.

Neste trimestre, o Meta cresceu mais que o Google em todas as suas linhas de produtos.

Família de Aplicativos: Whatsapp, Facebook e Instagram

A quantidade de usuários ativos mensalmente na divisão “Família de Aplicativos“, que consolida as operações de Instagram, Facebook e Whatsapp, alcançou 3,88 bilhões de pessoas, aumento de 6,3% na comparação anual.

A quantidade de impressões (anúncios) entre as plataformas cresceu 34%, enquanto o preço médio por anúncio diminuiu 16% na comparação com 2T22.

O resultado líquido dessa equação é positivo para o Meta e reflete sobretudo os esforços da empresa em escalar o Reels, seu produto de vídeos curtos concorrente do TikTok.

Alguns dados muito interessantes foram fornecidos sobre o Reels durante a teleconferência de resultados.

O produto, lançado há menos de 2 anos, já possui uma receita anualizada de US$ 10 bilhões e mais de 200 bilhões de Reels são exibidos diariamente para os usuários do Facebook e do Instagram.

Como referência, estimamos que o TikTok tenha faturado US$ 10 bilhões em 2022. Ou seja, há uma possibilidade grande de o Reels se tornar maior que o seu arquirrival nos próximos meses.

Em termos de alcance, aproximadamente 75% de todos os anunciantes que trabalham com o Meta já estão utilizando o Reels, o que é outra enorme amostra do sucesso do produto.

Sem dúvidas, o sucesso do Reels surpreendeu todo o mercado que, há 12 meses, cogitava seriamente o declínio terminal do Meta, sendo eclipsado pelo TikTok. 

Reality Labs

A divisão “reality labs”, que compila as iniciativas da companhia relacionadas ao metaverso, somou míseros US$ 276 milhões em receitas, uma queda de 61% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 3,7 bilhões.

Se o Reels é um sucesso absoluto, o Reality Labs é a sua antítese. Quanto mais o tempo passa, mais cético os investidores se tornam com o sucesso dessa ousada aposta.

Na teleconferência, Mark se defendeu em vários momentos, lembrando aos investidores que o CAPEX elevado do Reality Labs visa resolver problemas complexos de hardware, como o peso geral do equipamento, sua potência e a qualidade dos seus sensores.

Além disso, ele fez questão de lembrar a todos o quanto o Meta já se complicou no passado por depender das políticas da Apple e do Google para entregar os seus serviços (o que, na narrativa dele, justifica os investimentos numa plataforma proprietária).

No final do ano, será lançado o Quest 3.  

Ainda não temos detalhes sobre o que haverá de novo no produto, mas imaginamos que ele trará um salto tecnológico importante.

Ou é isso, ou ficará feio para Meta, dado que a Apple já subiu a barra sobre o que esperar de um dispositivo de realidade aumentada e virtual.

Ao final do trimestre, a margem operacional foi de 29%, cerca de 4 pontos percentuais superior ao 1T23 e em linha com os números do 2T22.

Apesar do sucesso, o Reels ainda monetiza menos que os aplicativos mais antigos do Meta, como o Facebook e o Instagram.

Tudo na conta, o Meta gerou US$ 10,9 bilhões em fluxo de caixa livre para o acionista, porém não realizou recompras importantes no trimestre (ou seja, não retornou capital ao investidor).

A empresa encerrou o 1T23 com pouco mais de US$ 28 bilhões em caixa.

Para o próximo trimestre, o Meta espera receitas entre US$ 32 bilhões e US$ 34,5 bilhões, contra uma expectativa de US$ 31,2 bilhões do mercado.

No topo do intervalo de estimativas, o crescimento seria de 20%, o que é excepcional se comparado aos meses difíceis de 2022.

Neste momento, vemos o META negociar a cerca de 22x os lucros estimados para 2023. 

As ações estão presentes num dos portfólios especulativos da Empiricus, chamado MoneyBets Revolution.

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Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.