Investimentos

Meta Platforms (M1TA34) tem resultados levemente acima do esperado no 1T24; queda das ações é oportunidade

Apesar dos ótimos números, as ações da Meta caíam mais de 15% no after-market, abrindo oportunidade de montar uma posição aos poucos no papel.

Por Enzo Pacheco, CFA

25 abr 2024, 08:36 - atualizado em 25 abr 2024, 08:36

meta M1TA34
Imagem: Finbold

Na quarta-feira (24), depois do encerramento do pregão regular, a Meta Platforms (B3: M1TA34 | Nasdaq: META) apresentou os seus números do primeiro trimestre do ano (1T24) — que vieram levemente acima das expectativas dos analistas.

Receita da Meta expandiu 27% em 12 meses

A receita da dona do Facebook, Instagram e WhatsApp foi de US$36,455 bilhões no período, alta de 27% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O número de usuários diários ativos na sua família de aplicativos encerrou março em 3,24 bilhões, crescimento de 7% na comparação anual. As impressões de anúncios nas suas plataformas aumentaram 20% ante o 1T23, com o preço médio por anúncio sendo 6% maior do que um ano atrás.

Custos e despesas controladas beneficiaram a margem operacional e lucro líquido

Mantendo o controle sobre os custos e despesas da empresa — que aumentaram apenas 6% ante o mesmo trimestre de 2023 —, o lucro operacional totalizou US$13,818 bilhões no 1T24 (+91% vs 1T23). A margem operacional encerrou o período nos 38%, 13 pontos percentuais acima do reportado no mesmo trimestre do ano passado.

O lucro líquido também se beneficiou dessa alavancagem, encerrando o trimestre nos US$12,369 bilhões, o equivalente a um lucro de US$4,71 por ação e 117% maior do que o apresentado no 1T23 (US$5,709 bilhões, US$2,20/ação).

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Geração de caixa da Meta segue a todo vapor

A geração de caixa continuou robusta no trimestre, com o fluxo de caixa operacional totalizando US$19,246 bilhões (ante US$13,998 bilhões no 1T23). O fluxo de caixa livre, que desconta os valores de investimentos, encerrou o período nos US$12,531 bilhões, quase o dobro do ano anterior (US$6,911 bilhões).

No período, a empresa também retornou recursos aos acionistas que totalizaram mais de US$15 bilhões — US$14,64 bilhões em recompras e US$1,27 bilhões em dividendos.

Importante salientar que os números do trimestre só não foram melhores dado o prejuízo operacional incorrido no segmento Reality Labs (que englobam as frentes do metaverso e dispositivos de realidade aumentada), que totalizaram US$3,846 bilhões no 1T24. No ano anterior, as perdas somaram US$3,992 bilhões.

Mercado não aprovou as projeções para os próximos trimestres

Apesar dos ótimos números, as ações caíam mais de 15% no after-market.

E o motivo para essa performance tão ruim no papel foram as projeções da companhia para os próximos trimestres.

No que se refere à receita, a estimativa da direção é que ela fique entre US$36,5 bilhões e US$39 bilhões no 2T24 (US$37,75 bilhões no ponto médio). Acontece que o consenso de mercado apontava algo superior a US$38 bilhões.

Além disso, a empresa espera que os custos e despesas do ano fiquem entre US$96 bilhões e US$99 bilhões, ante estimativa anterior entre US$94 bilhões e US$99 bilhões.

E os investimentos da companhia também foram revistos para cima, passando de um intervalo entre US$30 bilhões e US$37 bilhões para algo entre US$35 bilhões e US$40 bilhões — devido à necessidade de desenvolver a infraestrutura relacionada ao seu plano de Inteligência Artificial para os próximos anos.

Outro ponto importante é que, ainda que não passe as projeções além de 2024, a direção entende que esses investimentos serão crescentes para fazer frente a necessidade do seu plano agressivo de IA.

O que achamos dos resultados e da reação do mercado

Esse derretimento da ação, zerando quase a totalidade dos ganhos obtidos desde a divulgação do resultado do 4T23 (quando subiu 20% no dia seguinte), me parece uma reação exagerada do mercado. 

Ainda que as projeções dos analistas tenham que ser ajustadas para baixo dadas as novas estimativas da companhia, um valor 10% menor do que o valor atual faz com que a Meta Platforms (B3: M1TA34 | Nasdaq: META) seja negociada com um múltiplo Preço/Lucro projetado de 21 vezes (considerando os números para 2025, o múltiplo estaria próximo das 19 vezes).

Para aqueles que ainda não possuem a ação na carteira, essa pode ser uma oportunidade de montar uma posição aos poucos — uma vez que ainda podemos ver novas quedas no papel nos próximos dias. Mas nesse patamar de valuation entendo que vale a aposta na companhia.

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Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.

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