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Meta Platforms (M1TA34) divulga resultados do 3T22 e números não são dos melhores; confira análise

Empresa de Mark Zuckerberg, dona do Facebook e do Instagram, não fecha bem o terceiro trimestre e evidencia desaceleração; mas, parece segurar as pontas contra o TikTok

Por Richard Carboni Camargo

26 out 2022, 18:51 - atualizado em 20 dez 2022, 17:28

Celular no aplicativo do Facebook
Imagem: Freepik

O Meta Platforms (Nasdaq: META | B3: M1TA34), empresa das redes sociais Instagram, Facebook e WhatsApp, divulgou nesta quarta-feira (27) seus esperados resultados do 3T22.

E se o mercado pediu “truco”, Mark Zuckerberg acaba de gritar seis!

Como tem sido o caso nos últimos trimestres, a expectativa era grande, com o mercado extremamente pessimista com a capacidade da empresa em seguir crescendo. Isso sem falar na enorme sangria de capital advinda das iniciativas de realidade aumentada.

Afinal, como ficaram os resultados da Meta neste 3T22?

A receita do Meta encolheu 4% em relação a 2021, somando US$ 27,7 bilhões, o que é pouco mais de US$ 300 milhões acima da expectativa do mercado.

A quantidade de usuários ativos mensalmente na divisão “Família de Aplicativos”, que consolida as operações de Instagram, Facebook e Whatsapp, somou 3,71 bilhões de pessoas, aumento de 4% na comparação anual.

O número de usuários ativos diariamente foi de 2,93 bilhão, também 4% superior na comparação anual. Ambos surpreenderam positivamente, ainda mais num contexto em que o mercado se preocupa cada vez mais com a competição com o TikTok.

A quantidade de impressões (anúncios) entre as plataformas cresceu 17%, porém o preço médio por anúncio, seguindo as conhecidas pressões derivadas da mudança na política de privacidade da Apple, diminuiu 18% na comparação com 3T21.

Esse mix, de mais slots de anúncios e menor receita unitária, mostra que o Meta tem obtido um sucesso crescente em promover a adoção do Reels.  

Assim como foi o caso do Stories, em meados de 2017 e 2018, a escalabilidade da funcionalidade vem com a adoção inicial dos usuários e a subsequente chegada dos anunciantes.

Se a história vai se repetir com o Reels, apenas o tempo dirá.

Metaverso e as novas estratégias da Meta

A divisão “reality labs”, que compila as iniciativas da companhia relacionadas ao metaverso, somou US$ 285 milhões em receitas, uma queda de 48% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 3,6 bilhões.

Esse prejuízo foi 38% maior que no mesmo trimestre do ano passado.

Escrevi bastante nas últimas semanas sobre as novas tecnologias que a empresa tem trazido para o mercado. Entretanto, o ambiente macroeconômico certamente não ajuda a comercialização de uma tecnologia embrionária, ainda sem muitos usos e repleta de necessidades de melhoria.

A nova geração de dispostos Quest é substancialmente mais cara que a sua antecessora, e imagino que as vendas dependerão bastante do segmento corporativo (que é inclusive o foco dos aplicativos da família Horizon).

Ao final do trimestre, a margem operacional foi de 20%, cerca de 14 pontos percentuais inferior ao 3T21, explicada pelo ritmo elevado de investimentos no Reels, na divisão “Reality Labs” e os pesados investimentos na construção de uma das infraestruturas mais modernas do mercado para implementação de inteligência artificial.

Tudo na conta, o Meta gerou apenas US$ 173 milhões em fluxo de caixa livre para o acionista.

Resultado da Meta não é lá dos melhores

No geral, o resultado confirmou a desaceleração da indústria de advertisement, visto anteriormente no resultado do Snapchat e do Google (mais precisamente, no Youtube) e não pode ser lido como algo positivo.

Olhando o copo meio cheio, os resultados também mostram que o Meta tem conseguido se adaptar à sua maior ameaça, o TikTok.

No pregão noturno, suas ações recuavam 13%.

Negociado a 12 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses e realizando investimentos bilionários em realidade aumentada, as ações são uma das principais posições do MoneyBets Metaverso, nosso portfólio na Empiricus focado em apostas altamente especulativas.

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Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.