Ontem (8), a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) reportou seu resultado do segundo trimestre de 2023 (2T23), que vieram em linha com as projeções do consenso do mercado.
A produção de aço bruto no período foi de 3,1 milhões de toneladas, alta de 3% na comparação com o 1T23 e queda de -10% na comparação anual.
De forma similar, as vendas de aço atingiram 3,0 milhões de toneladas (-2% vs 1T23 e -10% vs 2T22). Apesar de, historicamente, o segundo trimestre refletir um período com volumes de vendas superiores ao período inicial do ano, neste 2T23 observamos um volume de vendas para o mercado doméstico aquém dos patamares históricos, reflexo de um menor consumo de aço e de uma maior penetração de aço importado.
Receita líquida e ebtida
A receita líquida atingiu R$ 18,3 bilhões, 3% inferior ao registrado no trimestre anterior e -21% quando comparado com o 2T23, que havia sido um dos melhores trimestres da história da companhia.
Os custos de vendas tiveram uma redução de -12% comparação anual, influenciado pela redução das vendas e pelos menores preços das matérias primas. Contudo, não foi suficiente para suportar a queda de receita, de modo que houve uma queda de -1,3 pontos percentuais de margem bruta em relação ao 1T23, encerrando o período em 17,9%.
O ebitda ajustado no 2T23 foi de R$ 3,8 bilhões, queda de 43% em relação ao mesmo período de 2022. A margem Ebitda atingiu 21%, o que já era mais do que esperado dada a forte base de comparação.
Resultado por operações da Metalúrgica Gerdau
Em termos de unidade de negócio, a ON América do Norte segue representando mais de 46% do ebitda, seguida da ON Brasil com 26%, enquanto as ON Aços Especiais e ON América do Sul representam 16% e 12%, respectivamente.
Como destaque, esse foi o segundo melhor resultado para o período na ON Aços Especiais e a ON América do Norte segue apresentando uma margem ebitda bastante resiliente, em função dos pacotes de incentivo do governo Inflation Reduction Act (IRA) e Chips Act.
Fluxo de caixa e proventos
O fluxo de caixa livre (FCL) consolidado do período alcançou R$ 784 milhões, resultado do sólido lucro operacional e a constante disciplina da companhia em seus investimentos e capital de giro. A Gerdau permanece bem desalavancada, registrando uma saudável relação dívida líquida/ebitda de 0,37x no trimestre.
No trimestre, a companhia anunciou mais uma distribuição de proventos e também que já recomprou o equivalente a 81% do programa de recompra de ações, que foi aprovado no ano passado, de modo que o payout dos últimos doze meses atingiu 73,8% – bem acima do mínimo estabelecido de 30% do lucro líquido ajustado.
GOAU4: recomendação de compra
No fim, apesar da contínua tendência de desaceleração em relação ao forte resultado de 2022, a Gerdau entregou mais um sólido trimestre, mas sem grandes surpresas. A diversificação geográfica da companhia e frentes estratégicas de atuação no mercado de aço são determinantes para a entrega de bons resultados mesmo diante do momento de mercado mais difícil.
No patamar atual de valuation (4x EV/Ebitda para o ano que vem), com um robusto programa de recompra ativo e um dividend yield projetado para 2023 superior a 10%, enxergamos a Gerdau como boa posição para se manter no portfólio. A Gerdau (GOAU4) segue como uma recomendação de compra da Empiricus Research.