Na quarta (30), depois do pregão regular, a Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) apresentou os números referentes ao primeiro trimestre do ano fiscal de 2025 (encerrado em setembro de 2024, ou 3T24). A companhia, como tem sido de praxe, entregou resultados acima das expectativas do mercado.
A receita no período totalizou US$65,585 bilhões, um valor 16% acima do reportado no mesmo trimestre do ano passado.
Computação em nuvem contribuiu fortemente para a receita
O principal vetor de crescimento da companhia segue sendo o segmento Intelligent Cloud (IC), que engloba as operações de computação em nuvem, com vendas de US$24,092 bilhões (+20,4% vs. 1T24). A parte de cloud cresceu 23%, principalmente pelo aumento de 33% na receita do Azure e outros serviços (mais do que o esperado pelo mercado).
Na sequência veio a parte More Personal Computing (MPC), com receita proveniente da venda de itens como dispositivos eletrônicos (+2% vs. 1T24) e conteúdos do universo Xbox (+61%, com 53 pontos percentuais decorrentes da aquisição da Activision), que somou US$13,176 bilhões no trimestre (+16,8%).
Já a linha Productivity and Business Processes (PBP), que considera vendas dos produtos da linha Microsoft 365 e Dynamics 365, assim como do LinkedIN, encerrou o período com receita de US$28,317 bilhões (+12,2% vs. 1T24).
Lucro líquido da Microsoft cresceu mais de 10% em 12 meses
O lucro bruto da companhia somou US$45,486 bilhões, 13,1% acima do apresentado no ano passado e o que representa uma margem de 69,4% (-1,8 ponto percentual vs. 1T24). Essa retração nas margens se deu principalmente pelos investimentos necessários para desenvolver a sua infraestrutura de Inteligência Artificial.
Impacto semelhante foi observado no lucro operacional, que totalizou US$30,552 bilhões (+13,6% vs. 1T24) e o equivalente a uma margem de 46,6% (-1 p.p.).
Apesar do leve recuo de 1 ponto percentual na margem operacional da parte IC na comparação anual, é importante notar que o lucro desse segmento (US$10,503 bilhões, +17,9% vs. 1T24) segue aumentando sua participação no resultado total (34,4% do lucro operacional ante 33,1% um ano antes).
O lucro líquido da companhia totalizou US$24,667 bilhões, ou US$3,30 por ação, um crescimento de 10,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Como a alta diretoria enxerga o balanço da Microsoft?
Nas palavras do CEO Satya Nadella, a empresa tem expandido as suas oportunidades de mercado e ganhando novos clientes, auxiliando-os a aplicar as plataformas e ferramentas de Inteligência Artificial para direcionar novas avenidas de crescimento e de melhoria de suas operações.
E isso tem dado resultado, uma vez que 12 pontos percentuais do crescimento da parte do Microsoft Azure foi decorrente de serviços de IA. Lembrando que, no trimestre anterior, esses produtos e serviços representaram 9 pontos percentuais do crescimento de quase 30% no período.
Contudo, isso tem significado também investimentos cada vez maiores por parte da companhia: no trimestre, foram gastos US$14,923 bilhões para aquisição de propriedades e equipamentos, comparado com US$9,917 um ano atrás e levemente acima do esperado pelos analistas (US$14,58 bilhões).
Vale a pena investir em MSFT34?
Mesmo com os bons números, as ações pouco reagiram no pregão estendido. Um ponto que pode não ter empolgado tanto os investidores é o valuation bem acima da média do mercado, com a ação negociando por quase 33 vezes seus lucros para o ano fiscal de 2025.
Ainda assim, entendo que o investimento nas ações da Microsoft (B3: MSFT34 | Nasdaq: MSFT) seguem sendo uma boa aposta na temática de Inteligência Artificial, mesmo com um peso pequeno na carteira do investidor, dado seu múltiplo atual (1% a 3% do portfólio internacional).
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