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Microsoft (MSFT34) sente momento macroeconômico e apresenta queda nas margens no 3T22; veja análise

Gigante Microsoft cresce receitas no 3T22, mas sente momento macro e pede margens; mercado reage mal e ação cai no pregão noturno

Por Richard Carboni Camargo

26 out 2022, 08:52 - atualizado em 26 out 2022, 12:10

microsoft CAPA EMP
Imagem: Shutterstock

A gigante Microsoft (Nasdaq: MSFT | B3: MSFT34) divulgou nesta terça-feira (25) seus resultados do terceiro trimestre de 2022 (3T22).

Há muito o que digerir nos números da maior empresa de softwares do mundo, mas numa leitura inicial, percebemos que nem a Microsoft está imune ao aumento da inflação.

Sua receita somou US$ 50,12 bilhões, um crescimento de 11% frente ao ano passado, e 16% se considerarmos o câmbio constante. Entre os investidores, a expectativa era de receitas de US$ 49,5 bilhões.

O grande destaque, mais uma vez, foi a divisão “Intelligent Cloud” que compila o Azure, o serviço de computação em nuvem, que cresceu 35% na comparação anual, além dos tradicionais SQL Server e Windows Server.

Apesar do crescimento ainda muito forte, esse é o menor incremento marginal da Microsoft no segmento em muito tempo. Com todas as pressões macroeconômicas que conhecemos, o CEO Satya Nadella vai ter trabalho em convencer os investidores de que o pior já passou.

Na linha “More Personal Computing”, que agrega as linhas de negócio de PCs e Xbox, a receita encolheu 3% contra o 3T21, totalizando US$ 13,3 bilhões. Os grandes vilões do segmento foram as vendas de PCs, que desaceleraram brutalmente neste ano.

Há algumas semanas, a AMD — uma das maiores fabricantes de GPUs do mundo — publicou sua prévia operacional apontando uma enorme queda no segmento. Dado que o desastre era amplamente esperado, dá para dizer que a Microsoft segurou muito bem a bronca.

Além da desaceleração no mercado de PCs, as receitas advindas do Xbox e seus serviços encolheram 3% na comparação anual.

Linkedin é destaque mais uma vez

Na linha “Productivity and Business Processes”, que compila as receitas com Office 365, do Linkedin e do Dynamics, as receitas totalizaram US$ 16,5 bilhões, crescimento de 7% contra o 3T21 e 15% em moeda constante.

O destaque do segmento foi mais uma vez o Linkedin, crescendo 17% na comparação anual, sobre uma base já forte. 

Interessante notar que, entre as redes sociais listadas, o Linkedin é a única que ainda apresenta taxas de crescimento de duplo dígito. Definitivamente essa é uma prova do quão agitado está o mercado de trabalho.

Em termos de rentabilidade, a receita operacional somou US$ 21,5 bilhões, um crescimento de 6% na comparação com 2021.

O lucro por ação foi de US$ 2,35, uma queda de 13% ano contra ano, marginalmente acima do esperado pelo mercado.

Reação do mercado aos números da Microsoft deve ser negativa

O fato da Microsoft ter crescido receitas, porém ter perdido margens é bastante sintomático do atual momento macroeconômico.

Como eu disse no começo, há bastante o que digerir sobre os números, mas espero uma reação negativa do mercado amanhã. No pregão noturno, as ações caem pouco mais de 2%.

Apesar de ser uma das melhores empresas do mundo, Microsoft negocia a 25 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, com algumas pressões contratadas em termos de custo e possivelmente demanda. Por esse motivo, estamos aguardando um melhor ponto de entrada para trazer suas ações de volta ao portfólio do Investidor Internacional.

Veja o vídeo com a análise dos resultados da Microsoft no 3T22:

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.