A gigante Microsoft (Nasdaq: MSFT | B3: MSFT34) acaba de divulgar seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2023 (1T23).
Com números fortes, mostrando crescimento de receitas, margens e do lucro por ação, a Microsoft mais uma vez surpreendeu positivamente os investidores. Em resposta, suas ações sobem cerca de 4,5% no pregão noturno.
Desde o início de 2023, o setor de tecnologia acumula ganhos importantes. A Microsoft, até o fechamento de hoje, subia cerca de 15%, um nível similar aos principais nomes que compõem o índice Nasdaq.
Entre os investidores, existia uma enorme expectativa para descobrir se os resultados das Big Techs fariam jus à boa performance das ações no ano.
Sem dúvidas, a Microsoft marcou um golaço para aqueles que apostaram na resiliência das maiores empresas do mundo.
No consolidado, a receita somou US$ 52,9 bilhões, um crescimento de 7% frente ao ano passado, ou 10% em moeda constante.
Entre os investidores, a expectativa era de receitas de US$ 51,2 bilhões.
Divisão Intelligent Cloud é destaque positivo
Entrando em detalhes positivos, mais uma vez, merece menção a divisão “Intelligent Cloud” que compila o Azure, o serviço de computação em nuvem, que cresceu 27% na comparação anual, além dos tradicionais SQL Server e Windows Server.
Mesmo diante das pressões dos clientes por otimizar workloads, reduzir custos gerais de infraestrutura em nuvem e postergar projetos que não sejam vitais, o crescimento foi notável.
Apesar de não crescer mais num ritmo absurdo, superior ao 40% ao ano, é difícil argumentar que os números sinalizam uma recessão, ao menos quando o assunto é cloud computing.
Vendas de PCs e Xbox retraem
Na linha “More Personal Computing”, que agrega as linhas de negócio de PCs e Xbox, a receita encolheu 9% contra o 1T23, totalizando US$ 13,3 bilhões.
Os grandes vilões do segmento foram novamente as vendas de PCs, que desaceleraram praticamente 30% na comparação anual e 26% em moeda constante.
Além da desaceleração no mercado de computadores, as receitas advindas do Xbox e seus serviços encolheram 3% na comparação anual. Faz tempo que essa linha de negócios não apresenta crescimento, apesar de todos os investimentos, especialmente as aquisições.
Na linha “Productivity and Business Processes”, que compila as receitas com Office 365, do Linkedin e do Dynamics, as receitas totalizaram US$ 17,5 bilhões, crescimento de 11% contra o 1T23 e 15% em moeda constante.
Interessante notar que, ao analisar os números, nota-se que no segmento comercial (ou seja, corporativo), o Office apresentou um crescimento de 14%. No segmento pessoal, porém, as receitas avançaram apenas 1%.
Em outras palavras, o segmento corporativo carregou o resultado nas costas.
Num ambiente econômico incerto como o atual, em que as empresas buscam otimizar ferramentas, a Microsoft é sem dúvidas um dos fornecedores mais completos.
Se ela não oferece as melhores ferramentas para todos os segmentos, ela sem dúvidas oferece produtos bons o suficiente para quebrar um galho enquanto o cenário não se torna menos volátil.
LinkedIn desacelera e é destaque negativo do 1T da Microsoft
O destaque negativo, em minha opinião, foi o Linkedin, que cresceu apenas 8% na comparação anual.
Com esse resultado, as taxas de crescimento do Linkedin convergiu para níveis similares ao das outras empresas de redes sociais com capital aberto.
Em certa medida, a desaceleração do Linkedin sinaliza alguma fraqueza no mercado de trabalho, ainda que na margem.
Falando de rentabilidade, a receita operacional somou US$ 22,4 bilhões, um crescimento de 10% na base anual e 15% em moeda constante.
O lucro por ação foi de US$ 2,45, um crescimento de 10% versus 2022, acima do esperado pelo mercado.
Mais uma vez, o câmbio foi o principal detrator dos resultados.
MSFT34: momento é de aguardar melhor ponto de entrada
Com bons números entregues neste primeiro trimestre, a atenção do mercado agora se volta para o guidance, ou seja, as expectativas dos executivos da Microsoft para o restante do ano.
Apesar de ser uma das melhores empresas do mundo, Microsoft negocia a 28 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses.
Como ainda nos parece cedo para descartar pressões em termos de custo e possivelmente demanda para 2023, optamos por aguardar um melhor ponto de entrada para trazer suas ações de volta ao portfólio do Investidor Internacional, a série da Empiricus Research focada nos mercados internacionais.