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Mitre (MTRE3) tem 4T22 em linha com o esperado; veja a recomendação da Empiricus Research para a ação

Companhia realizou dois lançamentos no 4T22, que totalizaram um valor geral de vendas de R$ 605 milhões

Por Caio Araújo

16 mar 2023, 11:12 - atualizado em 21 dez 2023, 16:54

Mitre (MTRE3)
Imagem: Divulgação/Mitre

Na noite de ontem (15), a Mitre (MTRE3) divulgou seu resultado do quarto trimestre de 2022 (4T22), com números em linha com o esperado pelo mercado.

Conforme sinalizado na prévia operacional, a companhia realizou 2 lançamentos no trimestre, o Raízes Premium Butantã e o Haus Mitre Studios, totalizando um valor geral de vendas (VGV) de R$ 605,3 milhões, montante 10,5% superior ao 3T22.

Na comparação anual, os lançamentos totalizaram R$ 1,4 bilhão em VGV, queda de 22,1% em relação a 2021 (R$ 1,8 bilhão). 

De acordo com a companhia, o primeiro projeto já está 45% vendido, demonstrando a atratividade do empreendimento. O segundo lançamento, realizado apenas em dezembro, encerrou o trimestre com 13,5% das unidades comercializadas.

Confira os números do balanço

O vendas sobre a oferta (VSO) do trimestre atingiu 15,5%, uma retração de 3,6 p.p. em comparação ao 4T21, mas com leve recuperação em relação ao 3T22 (+5,6 p.p.). No ano, o indicador foi de 31,4%, abaixo de 2021 (35,5%).

As vendas líquidas da companhia alcançaram R$ 319,6 milhões no período, 1,9% acima do 4T21 – vale mencionar o leve incremento nos distratos, que permanecem como ponto de atenção para 2023.

Por ora, os distratos permanecem em nível controlado, na casa de 2,5% da carteira de recebíveis, assim como a inadimplência, que ficou em 0,05%. 

Na demonstração de resultados (metodologia POC), a Mitre reportou receita líquida de R$ 263,4 milhões no trimestre (+54,8% em relação ao período anterior) e de R$ 758,6 milhões em 2022, alta de 32,2% na comparação anual.

Tendo em vista o carrego de operações com custos de obra mais elevados, a margem bruta foi de 26,4% no 4T22, queda de 5,8 pontos percentuais em comparação com o mesmo trimestre no ano anterior. 

Nas linhas finais, o resultado foi negativamente impactado pela variação do Total Return Equity Swap, que considera a oscilação no preço da ação (MTRE3). Desconsiderando este montante, o lucro líquido ajustado foi de R$ 19,6 milhões no 4T22, encerrando o ano com ROE de 4%.

No passivo, a Mitre encerrou o ano com dívida líquida de R$ 266 milhões, após a emissão de dois CRIs nos últimos meses para financiamento a produção. No total, a relação dívida líquida / PL é de aproximadamente 27%, patamar controlado. 

Diante da necessidade de investimentos da produção, a empresa encerrou o ano com uma queima de caixa de aproximadamente R$ 90 milhões. Espera-se que esta linha se estabilize a partir do segundo semestre deste ano, com o recebimento efetivo dos imóveis comercializados.

MTRE3 segue como recomendação de compra da Empiricus Research

Para o trimestre vigente, a companhia comunicou que vem apresentando bons resultados e que os meses de janeiro e fevereiro foram os melhores da sua história.

Apesar do cenário desafiador para as incorporadoras de média/alta renda, a Mitre foi capaz de gerar números regulares para o trimestre, mesmo com a compressão de suas margens.

Negociando a 4 vezes os seus lucros para 2023, MTRE3 segue com recomendação de compra na Empiricus.

Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.