Outubro foi mais um mês desafiador para os ativos de risco, em meio às incertezas fiscais no Brasil, apesar de a economia estar aquecida. Diante desses fatores, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, encerrou o mês em queda de 1,60%, a 129.713,33 pontos.
“O juro real brasileiro está com prêmios elevados, o que intensificou a retirada de recursos da bolsa em outubro”, explica Larissa Quaresma, analista de ações da Empiricus Research. No mês, houve uma saída de R$ 1 bilhão em capital estrangeiro e R$ 4 bilhões em resgates de fundos de ações.
Porém, para a analista essa queda torna ainda mais atrativas as ações recomendadas na carteira de 10 ideias para novembro, principalmente considerando dois possíveis fatores que podem animar os investidores ao longo do mês.
Balanços do 3T24 e medidas fiscais podem impulsionar o Ibovespa
“Medidas de credibilidade fiscal ainda estão no horizonte próximo e podem ser o principal gatilho para a recuperação das ações. Isso porque somente medidas de controle de despesas reancorariam as expectativas de inflação e abaixariam nossa curva de juros, algo necessário para destravar nossos ativos
de risco”, explica Quaresma.
Além disso, ela acredita que a qualidade dos balanços do 3T24 pode trazer confiança ao mercado: “O lado bom da economia forte é o crescimento dos lucros corporativos. As empresas estão menos alavancadas e mais enxutas; portanto, com margens de lucro maiores, com exceção daquelas que vendem em reais e gastam em dólares”.
Por outro lado, a analista observa que a base de comparação, o terceiro trimestre de 2023 (3T23), torna-se mais forte, e que as expectativas estão maiores, o que pode diminuir a surpresa positiva.
“Ainda assim, esperamos números saudáveis, especialmente nas empresas da economia doméstica e com balanço conservador”, afirma.
Em quais ações investir em novembro?
Para a analista, os destaques positivos devem ser as ações de incorporadoras de baixa renda, bancos e seguradoras, shoppings e exportadoras de bens industriais.
“Na nossa visão, não é hora de ‘ser herói’. Ainda que o ajuste fiscal venha, a realidade empresarial deve ser progressivamente afetada pela Selic em alta. Não é preciso correr muitos riscos para capturar a queima de prêmios nos juros. Por isso, seguimos com os ‘generais’: empresas em boa forma operacional,
baixa alavancagem e boas perspectivas de crescimento”, afirma.
Nesse sentido, Quaresma prioriza neste momento ações defensivas. Segundo ela, 20% da
carteira está alocada no setor financeiro, e 25%, no setor elétrico.
“Na carteira de novembro, introduzimos Porto (PSSA3), com peso de 5%. De forma geral, a diversificação dos negócios da seguradora já começa a dar resultados e a companhia se torna menos dependente do Seguro Auto, que foi a origem do seu negócio, mas que, hoje, representa menos da metade do resultado”, explica.
Além dessa ação, neste relatório gratuito a analista liberou a tese de outras 9 empresas selecionadas a dedo para você investir em novembro.