Investimentos

Nasdaq quer reduzir concentração de Big Techs no índice: como preparar sua carteira?

Analista de investimentos internacionais explica diluição das big techs no índice americano de tecnologia e recomenda investir em outros setores.

Por Nicole Vasselai

11 jul 2023, 15:56 - atualizado em 11 jul 2023, 15:56

Nasdaq quer reduzir concentração de big techs no índice: como preparar sua carteira?
Imagem: Pexels

Uma das principais notícias da semana diz respeito ao possível rebalanceamento da Nasdaq para reduzir a concentração excessiva das ‘big techs’ (as gigantes americanas de tecnologia). São elas: Microsoft, Apple, Nvidia, Amazon, Tesla, Meta e Alphabet. Essas sete ações representam cerca de 55% do índice, mais focado em tecnologia. Por outro lado, compõem apenas 25% do S&P 500, principal índice de ações americanas.

Segundo Richard Camargo, analista da Empiricus Research, o que explica tal concentração é a criação de ETFs (veículos passivos de investimentos), nos últimos anos, que replicam índices e acabam inflando a negociação de ações de big techs.

“O problema é que, quando você tem uma mudança na carteira teórica, ou seja, no índice, como o aumento do peso de uma ação, isso se reflete no mercado com uma demanda compradora passiva, que, inclusive, é relativamente indiferente a preço. Ou seja, esses ETFs têm o mandato de seguir à risca o retorno desse benchmark teórico, não importa o valuation. Se [o papel] está caro, eles compram; se está barato, compram também“, explica o analista.

Além disso, ele acrescenta que, com o crescimento das big techs, em valor de mercado e em volume de negociação, elas se tornaram gigantes dentro desses índices.

Por que diluir as big techs na Nasdaq?

“Esse nível de concentração, em certa medida, gera uma mensagem de reforço nesses ativos, que estão o tempo todo expandindo múltiplos com uma demanda compradora passiva, ao mesmo tempo em que elas tiram parte da atratividade das demais ações da Bolsa. Por isso, a Nasdaq entende que é saudável para o mercado fazer esse rebalanceamento”, responde Richard.

Como esse ajuste será feito?

A Nasdaq não divulgou ao certo ainda quantos pontos percentuais serão retirados das big techs e adicionados a outros ativos. “O que se sabe é que o dinheiro só vai mudar de bolso, nenhuma ação será adicionada ou retirada da Bolsa“.

Mas, diante do movimento de ontem (10) da Nasdaq, o analista entende que os investidores já estão se antecipando à medida.

“Ontem, o índice subiu apenas 0,1%, mas, na verdade, é uma ‘falsa’ estabilidade, deveria ter subido muito mais. De todos os ativos da Nasdaq, 88 tiveram altas consideráveis, muitas subiram de 4%, 5% e só 13, das quais as big techs fazem parte, caíram. Ou seja, olha como de fato está concentrado”, comenta.

Para ele, inclusive, essa é a hora de o investidor brasileiro se posicionar mais em outros setores e já reduzir os pesos nas gigantes de tecnologia, como tem sido feito nas carteiras internacionais recomendadas pela Empiricus Research. Não só pela mudança que está por vir, mas pelo fato de as big techs já terem entregado grandes valorizações no primeiro semestre.

Isso significa que é para se desfazer dessas ações? Richard deixa claro que não. “Pensando no longo prazo e em ativos de maior ‘segurança’, ter big techs na carteira ainda pode ser ótimo, e elas, inclusive, devem entregar resultados operacionais sólidos no 2T23. Só talvez realmente não subam mais tanto quanto subiram nos últimos meses. Por isso, o melhor agora pode ser comprar também outros setores”.

Em quais setores da Bolsa americana investir agora?

“Mantendo a abordagem em tecnologia, toda a parte do emerging tech, independentemente do setor, mas com muita ênfase em software, vai se beneficiar bastante dessa rotação setorial”, afirma Richard.

“Um dos principais nomes que a gente gosta na Empiricus Research é a ação do Booking.com (Nasdaq: BKNG / B3: BKNG34). Ela é a maior agência de turismo online do mundo, é uma operação imensa e vale mais de 100 bilhões de dólares. Muitos conhecem como consumidores, mas poucos, como acionistas”.

Segundo ele, estes são os motivos que leva a equipe a recomendar a ação ou BDR de Booking:

  • A empresa é líder absoluta na Europa, um dos maiores polos turísticos;
  • Cresce receitas a 15% ao ano há mais de 10 anos;
  • Tem perfil de rentabilidade “surreal”, em suas palavras, com 35% de margem Ebitda;
  • Suas ações não são muito diluídas na Bolsa e recompra todos os anos de 6 a 7% dos papéis, em uma forma de retornar capital para seu acionista.

Além desse ativo, os analistas da Empiricus Research recomendam gratuitamente outras quatro ações internacionais que não podem faltar na sua carteira neste momento e que podem ser compradas por meio de BDRs na Bolsa brasileira. Acesse AQUI o relatório gratuito.

Para conferir a explicação completa de Richard Camargo, assista ao Giro do Mercado de hoje:

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.