Com o fim da temporada de resultados do 3T22, já começamos a ver os primeiros sinais de deterioração de crédito no balanço dos bancões, especialmente do Bradesco (BBDC4) e Santander (BCSA34) que, inclusive, mostraram queda nos lucros.
O Itaú até conseguiu mostrar crescimento de lucro no 3T22 com uma carteira um pouco mais defensiva e uma operação mais eficiente do que os rivais, mas não foi o suficiente para apagar o desempenho ruim do setor.
Em todos os casos vimos aumento da inadimplência e, como consequência, um forte crescimento nas despesas com provisão para devedores duvidosos.
3T22 escancarou diferença entre os ‘bancões’ e o ABC
Os resultados do 3T22 deixaram escancaradas as diferenças entre os bancões (com foco no varejo) e o ABC, que concede crédito para médias e grandes empresas.
Mesmo com a piora das condições macro, aumento de juros e inflação, a inadimplência dos empréstimos do ABC caiu no trimestre, na contramão dos grandes bancos.
Dois fatores principais contribuíram para esse desempenho superior: o conservadorismo característico do ABC em suas operações de crédito e a situação financeira ainda confortável das médias e grandes empresas que, de maneira geral, passaram a carregar elevados níveis de caixa após o sufoco causado pela pandemia.
Mesmo assim, é possível observar que o ABC incrementou as despesas com provisão no trimestre, elevando o índice de cobertura para quase 700%.
Mais uma vez, fica claro o conservadorismo da gestão que, mesmo diante de um comportamento saudável da inadimplência no 3T22, preferiu aumentar ainda mais a gordura de provisões para se proteger de uma possível deterioração pela frente, que atinja também as empresas para as quais empresta dinheiro.
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Nem BBDC4, nem BCSA34: ABCB4 é recomendação de compra
Essa medida pode ter prejudicado um pouco o lucro do trimestre, mas traz muito mais tranquilidade neste momento. Além disso, caso as condições não piorem tanto assim e o conservadorismo se mostre exagerado, essas provisões extras podem ser revertidas em resultados favoráveis aos acionistas no futuro.
Ao negociar por 5x lucros e 0,8x valor patrimonial, com boa rentabilidade e conservadorismo, o Banco ABC segue como uma das melhores microcaps para enfrentar uma possível deterioração macroeconômica pela frente.