Investimentos

Netflix (NFLX34) cresce em receita e assinantes e entrega balanço do 4T24 acima das expectativas; ações saltam 10%

Ações da Netflix (NFLX34) disparam no after-market após divulgação de resultados trimestrais com uma receita 16% maior.

Por Enzo Pacheco, CFA

22 jan 2025, 10:21 - atualizado em 22 jan 2025, 10:23

Netflix - resultados 4T22

Imagem: Unsplash

A gigante do streaming Netflix (NFLX34) apresentou na terça-feira (21) os seus balanços do quarto trimestre de 2024 após o fechamento do mercado. Com receita e lucro por ação acima das expectativas, as ações se valorizavam mais de 10% no after-market.

Nos três meses encerrados em dezembro a companhia teve receita de US$ 10,247 bilhões, crescimento de 16% (19%, desconsiderando a variação cambial) em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Adição de novos assinantes da Netflix no trimestre surpreende analistas

Esse aumento no faturamento veio basicamente pela forte adição de assinantes líquidos no trimestre, que totalizou 18,91 milhões, mais do que o dobro do consenso dos analistas (9,18 milhões).

A companhia encerrou o ano com 301,63 milhões de usuários pagos, um aumento de 15,9% na comparação anual. Já a receita média por usuário teve alta de 1% (+3%, ex-câmbio).

O melhor resultado na primeira linha de resultado acabou permitindo à empresa apresentar maiores níveis de lucratividade no trimestre.

O lucro operacional da Netflix, por exemplo, encerrou o período nos US$ 2,273 bilhões, alta de 51,9% ante o quarto trimestre de 2023 e o que representa uma margem de 22,2% (+5,3 pontos percentuais vs. 4T23).

Já o lucro líquido da Netflix totalizou US$1,869 bilhão, ou US$ 4,27 por ação, valor 102% maior do que o reportado um ano atrás. 

No ano, as vendas da Netflix totalizaram US$ 39,001 bilhões, aumento de 15,7% (+16,8%, desconsiderando o câmbio) em relação a 2023. O lucro operacional ultrapassou a marca dos US$10 bilhões pela primeira vez na história da companhia, somando US$ 10,417 bilhões no ano (+49,8% vs. 2023), ou 26,7% de margem (+6,1 p.p.).

Na linha final de resultado, o lucro líquido anual foi de US$8,711 bilhões, o equivalente a US$19,83 por ação, valor 64,8% maior do que no ano anterior.

Estratégias de conteúdo e publicidade impulsionam resultados da Netflix

A cada trimestre que passa, o catálogo de conteúdo da Netflix vem se mostrando um diferencial em relação às suas competidoras.

O número de novas adições, um recorde na história da companhia (superando os 13 milhões do 4T23 e bem acima dos 5 milhões reportado no 3T24) se deu pelo sucesso acima do previsto da série sul-coreana “Round 6“ — que estava a caminho de se tornar a série original mais vista da plataforma.

Além disso, outro fator de alavancagem foram os eventos ao vivo ocorridos no trimestre — a luta entre Jake Paul e Mike Tyson foi o acontecimento esportivo mais assistido da história dos streamings, assim como os jogos de futebol americano no dia de Natal.

Outro ponto importante da tese, a linha de receita de publicidade da Netflix vem crescendo de maneira significativa nos últimos trimestres.

De acordo com a companhia, os planos com ads representaram mais de 55% dos novos assinantes nos mercados em que essa opção já está disponível, além do total de usuários desses planos ter crescido 30% em relação ao 3T24.

Planos de expansão e projeções para 2025: aumento de preços e receita

Uma das prioridades para 2025 é melhorar a oferta desses serviços para os anunciantes. Ao final de 2024, a companhia anunciou que estava montando a sua plataforma de anúncios no Canadá, e agora já oferece todos os produtos e serviços por conta própria.

Sendo dona dessa tecnologia, a Netflix será capaz de entregar melhores insights para seus anunciantes, incluindo disponibilidade de programação, uma maior capacidade de aprimoramento do público-alvo e métricas adicionais para avaliação e mensuração das campanhas. A expectativa é de que a plataforma seja disponibilizada em outros mercados ao longo desse ano, começando pelos Estados Unidos em abril.

Mas isso também não impede a companhia continuar tentando monetizar melhor aqueles usuários que não gostam de ser impactados com propagandas. Tanto que anunciou que está aumentando o preço de seus planos em mercados como EUA, Canadá, Portugal e Argentina (medida que já estava considerada na projeção de receita para 2025 anunciada anteriormente).

Além dos ótimos números do trimestre, a direção da companhia aproveitou para aumentar a sua projeção de receita para 2025 em quase US$0,5 bilhão (ficando agora entre US$43,5 bilhões e US$44,5 bilhões, o que representaria um crescimento anual de quase 13%, +15,5% ex-câmbio) e de margem operacional em 1 ponto percentual (agora esperando 29% no ano, mais de 2 p.p. ante 2024).

Tudo isso, aliado ao fato de ter autorizado um novo programa de recompra de US$15 bilhões (que levou o total atual para US$17,1 bilhões) deixou os investidores empolgados com a ação, que se aproximava da casa dos US$1 mil na noite de terça — mais do que compensando a queda de 2% que apresentava no ano até então.

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Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Administrador pela Universidade Federal do Espírito Santo com pós-graduação em Operador de Mercado Financeiro pela FIA, Enzo Pacheco atua desde 2017 com análise de investimentos nos mercados internacionais. Hoje, é responsável pela série MoneyBets, voltada para os investidores brasileiros que querem expandir as fronteiras dos seus portfólios. Possui certificações CFA e CNPI.

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