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Netflix (NFLX34) divulga melhor resultado desde o início da pandemia; veja os números do 4T23

Adição de novos assinantes veio muito acima das projeções. Investidores da Netflix também se animaram com a perspectiva de lucros para o 1T24.

Por Enzo Pacheco, CFA

24 jan 2024, 09:44 - atualizado em 24 jan 2024, 09:44

Netflix (NFLX34) nflx
Imagem: Netflix/Divulgação

Ontem (23), após o fechamento do pregão regular, a Netflix (B3: NFLX34 | Nasdaq: NFLX) apresentou os seus resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23)

Apesar da receita e lucro por ação levemente abaixo do esperado, a adição de novos assinantes veio muito acima das projeções dos analistas, e a perspectiva de lucros acima do previsto no 1T24 animou os investidores — as ações subiam mais de 10% no pré-market.

Nos três meses encerrados em dezembro, a companhia reportou vendas de US$8,833 bilhões, valor 12,5% maior do que o apresentado no 4T22. 

A base de assinantes globais da Netflix ultrapassou a marca dos 260 milhões de usuários, um aumento de 12,8% na comparação anual. A adição líquida de novos assinantes foi de 13,12 milhões, bem acima dos 8,91 milhões previstos pelos analistas.

Além disso, esse foi o maior número desde o 1T20 — no começo da pandemia da Covid-19 —, quando adicionou quase 16 milhões de novos usuários.

O lucro operacional no período foi de US$1,496 bilhão, o equivalente a uma margem de 16,9% e quase três vezes maior do que o apresentado um ano antes (US$550 milhões, 7%). Se por um lado as receitas maiores do que o esperado permitiram esse aumento na lucratividade, importante salientar que uma parte significativa dessa melhora se deu por conta dos menores custos de produção no período.

Na linha final de resultado, o lucro líquido da companhia totalizou US$938 milhões, ou US$2,11 por ação, comparado com US$55 milhões (US$0,12/ação) no 4T22. 

Números da Netflix em 2023

Os números referentes ao ano de 2023 também mostraram que, aos poucos, a empresa vai melhorando o seu nível de lucratividade.

No período, a receita da empresa foi de US$33,723 bilhões, crescimento de 6,7% em relação a 2022. O lucro operacional ajustado totalizou US$7,080 bilhões, ou uma margem de 20,9%, comparado com US$6,531 bilhões (20% de margem) nos doze meses anteriores.

O lucro líquido em 2023 foi de US$5,408 bilhões, o que representa US$12,03 por ação, valor 20,9% maior na comparação anual.

Destaque para o crescimento no número de assinantes

Interessante notar que o aumento no número de assinantes ocorreu em todas as suas regiões de atuação, com destaque para a Europa, Oriente Médio e África (EMEA), que adicionou 5,05 milhões. Já as outras áreas adicionaram menos (média de 2,5 milhões), porém em um patamar bem acima do observado nos quatro trimestres anteriores.

Já em relação a receita por usuário, a América Latina foi a que reportou maior crescimento (+4%, +16% excluindo a variação cambial). Dentre as regiões, ela é a que apresentou o maior aumento neste indicador (média de +8% nos quatro trimestres anteriores), mas ainda conta com apenas 46 milhões de usuários — comparado com 80 milhões nos Estados Unidos e Canadá e quase 89 milhões na EMEA.

Netflix melhora geração de fluxo de caixa

Além disso, aos poucos a companhia vai conseguindo melhorar a sua geração de fluxo de caixa

Se no período entre 2016 e 2019 a Netflix queimava caixa recorrentemente — US$8,8 bilhões de fluxo de caixa operacional e US$10 bilhões de fluxo de caixa livre —, entre 2020 e 2023 a empresa gerou US$12,1 bilhões de caixa operacional e pouco mais de US$10 bilhões de fluxo de caixa livre.

Obviamente, parte dessa geração recente se deu por conta de alguns momentos em que a companhia não conseguia criar novos conteúdos (Covid-19, greve dos atores e roteristas do ano passado). 

Mas não podemos descartar que ela é uma das poucas do seu segmento que já consegue apresentar uma lucratividade recorrente. O estabelecimento da marca antes das demais parece permitir a Netflix continuar crescendo o seu negócio, mesmo com decisões que em um primeiro momento pareciam ir contra a continuidade desse movimento — acabar com o compartilhamento de senhas, adicionar um plano com assinatura, entre outras.

Netflix não está entre as recomendações da Empiricus Research

Atualmente, as ações da Netflix (B3: NFLX34 | Nasdaq: NFLX) não fazem parte da nossa série MoneyBets, voltada para investimentos no exterior. 

Entretanto, caso as ações da companhia eventualmente sofram uma realização — uma vez que negociam por 31 vezes seus lucros futuros para 2024 — entendo que possa ser uma oportunidade importante para analisar se não valeria a pena tê-las no nosso portfólio. Por ora, só consigo aproveitar os filmes e séries oferecidos pela plataforma…

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Sobre o autor

Enzo Pacheco, CFA

Formado em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo e pós-graduado em Operador de Mercado Financeiro pela FIA. Desde 2017 atua na análise dos mercados internacionais na série da Empiricus voltada a este propósito (MoneyBets).