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Nike: olhando para o resultado do 1º tri fiscal de 2024, vale a pena investir na ação?

A gigante americana reportou queda de 1% no lucro líquido anual, mas aumentou na mesma proporção seu lucro por ação; confira o resultado em detalhes

Por Nicole Vasselai

29 set 2023, 16:09 - atualizado em 29 set 2023, 16:10

ações da Nike
Imagem: Unsplash

A Nike (NYSE: NIKE / B3: NIKE34) reportou ontem dados do primeiro trimestre fiscal de 2024. A gigante americana registrou lucro líquido de US$ 1,45 bilhão, com queda de 1% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, o lucro por ação cresceu de US$ 0,93 para US$ 0,94, contra uma expectativa de US$ 0,75 do mercado. Segundo o analista Enzo Pacheco, da Empiricus Research, esse indicador é mais importante para os investidores do que o crescimento do lucro líquido da companhia em si.

A receita entre junho e agosto chegou a US$ 12,93 bilhões – um avanço de 2% na comparação anual. Desse total, as vendas diretas somaram US$ 5,4 bilhões, com alta anual de 6%, e as vendas digitais da marca aumentaram 2% em um ano.

Quais as percepções sobre o resultado de Nike?

“Apesar da Nike ter divulgado uma receita abaixo das expectativas do mercado, por outro lado ela trouxe uma lucratividade melhor que o esperado. A margem veio bem maior que as estimativas e o lucro também“, comenta o especialista em ações internacionais.

Além disso, Enzo reforça a surpresa em ver como a companhia conseguiu crescer em 5% sua receita no mercado chinês, dados os desafios enfrentados pela economia do país. “E se tirarmos a variação cambial, que tem um peso importante, o aumento seria de 12% na receita, o que é bastante relevante, considerando que a China é uma das maiores avenidas de crescimento para Nike”, explica.

Para o analista, o fato de a receita nos EUA ter caído 2% em comparação anual, por ser o maior mercado consumidor da Nike, reflete o momento frágil da economia americana. “O que contribui para o resultado é o fato de a companhia ter uma boa diversificação geográfica e exposição a vários mercados”, comenta.

Inclusive, ele lembra que o mercado parece confiante com o negócio, principalmente após a companhia reportar uma expectativa de aumento de 1% na margem para o próximo trimestre, e as ações sobem 7% hoje.

Outro ponto de destaque, diz Enzo, é o bom gerenciamento do estoque de produtos, cujo nível caiu 10% na comparação anual. “Mostra que a empresa está conseguindo vender seus produtos talvez sem ter tanto impacto no preço, já que se o estoque estivesse muito grande, teria que criar muitas promoções e impactaria muito o resultado da companhia”.

Vale a pena ter Nike (NIKE34) na carteira?

Na opinião do especialista, sim. “Se você for comparar com múltiplos do mercado, não costuma ser uma ação barata, mas a Nike tem o poder de marca, aquilo de as pessoas economizarem um pouco mais para comprar um tênis dela, e o investidor enxerga esse poder de barganha forte da companhia”.

Mesmo assim, Enzo destaca a oportunidade que se abriu recentemente para investir no papel: “Historicamente, a ação negocia a múltiplos ainda mais altos que os atuais. Nas últimas semanas, recuou de US$ 140 para US$ 90 e agora voltou para os US$ 100, então ainda está em um bom preço para ser comprada“, recomenda.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.