Times
Investimentos

No 1T23, Taesa (TAEE11) entrega crescimento de receita, Ebitda e lucro, mas segue fora das carteiras da Empiricus Research; entenda

Na visão da Empiricus Research, as ações de Taesa já estão bem precificadas e guardam potencial muito limitado; concorrentes valem mais a pena

Por Ruy Hungria

04 maio 2023, 09:44 - atualizado em 04 maio 2023, 10:01

Taesa (TAEE11)
Fonte: Unsplash

A Taesa (TAEE11) apresentou bons resultados regulatórios do 1T23 (que têm maior relação com os efeitos caixa), com crescimento de receita, Ebitda e lucro, em linha com as expectativas do mercado, embora ainda optemos por outras elétricas nas carteiras da casa.

Taesa talvez não seja seu melhor investimento: esta outra elétrica com negócio bilionário em andamento pode valorizar entre 25% e 40% e colocar TAEE11 ‘no bolso’. Clique aqui para acessar o ticker gratuitamente. 

A receita líquida atingiu R$ 598 milhões no 1T23, um crescimento de +13,7% vs 1T22, em função da entrada em operação do empreendimento Sant’Ana e pelo reajuste inflacionário dos ativos. 

A companhia mostrou um bom controle de custos e despesas no 1T23, que cresceram em ritmo menor do que a receita, e permitiram um ganho de margem operacional. No consolidado, o Ebitda cresceu +14,8% e atingiu R$ 521 milhões, com ganho de +0,9 ponto percentual de margem na comparação anual. 

No trimestre, o resultado financeiro piorou -R$ 53 milhões, em função do maior endividamento da companhia por conta dos novos projetos e de uma taxa Selic mais elevada.

No entanto, esse efeito foi mais do que compensado pela melhora do resultado de equivalência patrimonial (que considera os números dos ativos nos quais a Taesa não é controladora), que aumentou +R$ 62,8 milhões, explicado pela entrada em operação dos ativos Ivaí, ESTE, Paraguaçu e Aimorés, além do reajuste inflacionário das RAPs no período. 

Ajudado também por uma menor alíquota de imposto no período, o Lucro Líquido da Taesa atingiu R$ 215 milhões no 1T23, um crescimento de +47% na comparação com o mesmo período do ano anterior, mas um patamar já esperado pelo mercado. 

Em termos de endividamento, a Taesa encerrou o trimestre com uma alavancagem de 3,9x dívida líquida/Ebitda, o que não é um absurdo para uma empresa com resultados tão previsíveis como no segmento de transmissão, mas pode acabar dificultando a participação da companhia nos novos leilões.

Apesar dos bons números do trimestre e do dividend yield elevado, entendemos que as ações da Taesa já estejam bem precificadas e guardam potencial muito limitado de valorização neste momento. Por isso, preferimos ficar de fora e aguardar um melhor momento para uma eventual entrada nos papéis. 

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.