Novos alertas sobre a deterioração da economia americana geram mal-estar nos mercados. Primeiro, Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, disse que tem um ‘furação econômico’ se formando nos Estados Unidos. Depois, vieram prognósticos negativos de outros grandes nomes. Elon Musk teria enviado um e-mail a executivos dizendo que está com um ‘sentimento ruim’ sobre a economia e que precisa cortar 10% do quadro de funcionários da montadora de veículos elétricos Tesla, conforme noticiou a Reuters. Larry Fink, CEO da gestora BlackRock, também demonstrou preocupação com o ritmo de atividade nos EUA e, ontem, John Waldron, presidente do Goldman Sachs alertou para choques econômicos ‘sem precedentes’.
Diante disso, Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empiricus, diz que é preciso ter cautela. “A gente tem que ficar com a guarda alta em relação ao risco de uma recessão profunda e com a expectativa de que possa começar ainda neste trimestre. Por isso, a gente tem uma posição vendida em Bolsa americana e outros shorts”, comentou o analista em seu grupo do Telegram Ideias Antifrágeis no Telegram, canal direto com os assinantes de todas as séries da casa.
Em maio, ele fez um pequeno short em S&P 500 nas carteiras Oportunidades de Uma Vida e Empiricus. A operação foi via ETF IVVB11.
Risco de aumento dos gastos públicos no Brasil
Uma ala do governo defende um decreto de estado de calamidade no país a poucos meses das eleições. Com isso, seria possível criar novos benefícios sociais. Para Felipe, por enquanto, isso é um ruído, mas é preciso monitorá-lo.
“Independentemente de qual é o governo, há uma tentação do político ao gasto, de empurrar para a geração posterior o problema, ou seja, de entregar mais dívida e mais inflação”, ressaltou.
Por conta disso, os ativos de risco já estão incorporando um pouco mais de prêmio.
Sinais de empresas baratas: Mitre (MTRE3) pode mais do que dobrar
Em seu grupo no Telegram, Felipe Miranda também destaca o relatório do Bradesco sobre a Mitre, que entrou na lista de top picks de incorporadoras junto com Cyrela (CYRE3). “Muito bom o relatório. Mitre negocia a 2,8 vezes lucro, algo que era para ser 5,6 vezes. Quem tiver a capacidade de esperar pode dobrar o investimento”, afirma.
É fato que o setor de construção sofre com a alta de juros, mas em uma janela de médio prazo, há possibilidade de Mitre entregar retorno expressivo.
Outra incorporadora de preferência do analista é a Direcional (DIRR3), construtora com foco em imóveis residenciais para população de baixa renda. Segundo ele, a companhia deve ter resultados positivos no 2T22, seguindo com alto potencial.
“Praticamente sozinha nesse segmento, a Direcional vai nadar de braçada”, afirma o analista, devido à notícia de que a Tenda (TEND3) está promovendo um corte drástico de pessoal por estar combalida financeiramente.