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‘NTN-B funciona bem, mas eu nunca gosto de descartar Bolsa na carteira’, afirma João Piccioni, da Empiricus Gestão, em evento da Necton Investimentos

No Necton Asset Day, o Head de Análise da Empiricus Gestão compartilha sua visão sobre o cenário global atual e como tem afetado o Brasil.

Por Nicole Vasselai

07 ago 2024, 08:05 - atualizado em 07 ago 2024, 08:05

NTN-B é legal, funciona bem, mas eu nunca gosto de descartar Bolsa na carteira”. Essas são palavras de João Piccioni, Head de Análise da Empiricus Gestão, no Necton Asset Day, ao comentar o cenário atribulado que se desenhou nos últimos dias no mercado financeiro.

Para o analista, ainda que as taxas de retorno oferecidas pelos títulos Tesouro IPCA+ estejam muito atrativas no atual momento (em torno de IPCA+6%), o investidor não deveria deixar de ter pelo menos uma pequena parcela da carteira investida em ações brasileiras.

Se vale a pena investir em Bolsa brasileira, por que o mercado não tem reagido em 2024?

A resposta, segundo Piccioni, está nas expectativas para as taxas de juros brasileira e americana.

“Nos últimos dois meses de 2023, vimos o Ibovespa disparar diante da possibilidade de cortes de juros em 2024 tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Porém, a desinflação nos EUA se mostrou muito mais lenta do que se imaginava, o que empurrou pra frente os cortes de juros, e, no Brasil, as sinalizações ruins do governo sobre a questão fiscal preocuparam o investidor gringo”, explica o especialista.

Além disso, Piccioni cita a possibilidade de a Selic subir no curto prazo como mais um impasse para a atrair o investidor à B3, uma vez que a renda fixa passaria a oferecer retorno ainda maior, com risco mínimo.

Para ele, o equilíbrio das contas públicas seria a chave do sucesso, apesar de ser um grande desafio: “Se a gente ajustar melhor nossas contas, talvez justifique a alocação do gringo em Brasil“.

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O que esperar do mercado nos próximos meses?

Piccioni acredita que o Brasil tende a navegar ainda em um mar revolto no segundo semestre, impactado pelo cenário internacional turbulento. “A gente não tem saída a não ser esperar o que vai acontecer lá fora”, afirma.

Ele explica que as próximas decisões de política monetária nos EUA e as eleições para presidente tendem a ditar para onde irá o fluxo de capitais.

“Se o Federal Reserve [banco central americano] abaixar o juro muito rápido, pode causar ainda mais rotation trade, com o mercado tirando dinheiro dos emergentes e comprando mais iene ainda – já que o Japão elevou sua taxa de juros nos últimos dias”.

Piccioni reforça a recomendação de internacionalizar o portfólio

No entanto, independentemente do cenário que vier a se formar no segundo semestre e em 2025, Piccioni reforça a importância de a pessoa física se manter alocada em ativos internacionais.

“Mesmo que o horizonte seja incerto, olha o quanto o S&P 500 subiu só neste ano e o quanto o dólar tem se valorizado. Mesmo sem sabermos os próximos passos do Fed e quem será eleito nos EUA, na Empiricus a gente sempre recomenda ter uma parte do portfólio em mercados internacionais. Isso abre a chance de acumular um bom patrimônio no longo prazo”, finaliza.

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Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.