Investimentos

Número de apostas online superam investimentos na bolsa, mas analista aponta que para o investidor que não tem pressa há boas oportunidades

Em 2023, enquanto 14% dos brasileiros participaram de apostas online, apenas 2% investiram na bolsa, segundo a Anbima

Isabelle Santos

Por Isabelle Santos

25 jun 2024, 15:00

Imagem: Canva

As apostas estão superando os investimentos na bolsa. Uma pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades de Mercado) mostrou que, em 2023, 14% dos brasileiros participaram de apostas online, enquanto que apenas 2% investiram na B3 no mesmo período. 

Segundo o levantamento, um dos motivos do crescimento significativo da procura por apostas online se deve à sanção da lei que permite esse tipo de jogo no Brasil. 

E o que preocupa os especialistas é que muitos estão enxergando as apostas como uma forma de investimento

Sabemos que, apostando na vitória do seu time preferido, embora seja uma chance de ganhar algum dinheiro rápido, está longe de ser uma estratégia de investimento para gerar renda no longo prazo. 

Afinal, é comum vermos uma equipe liderar a competição em um ano e, no campeonato seguinte, brigar para não cair.

Por outro lado, quando olhamos para a bolsa, o cenário parece tão incerto quanto contar com a sorte nas apostas.

No ano, o Ibovespa já caiu 10% e, mesmo com a melhora no cenário internacional, por aqui a política fiscal se tornou o principal entrave para a bolsa decolar.

Diante disso, muitos investidores podem estar pensando em simplesmente abandonar a bolsa. Mas, diferentemente das apostas online, Ruy Hungria, analista da Empiricus, casa de análise do grupo BTG Pactual, aponta que existe uma lógica em continuar investindo em ações neste momento. 

Por que continuar ‘apostando’ na bolsa?

Assim como ninguém aposta para perder, nenhum investidor deseja ver o dinheiro “indo para o ralo”. Dessa forma, é compreensível que, diante de um cenário de incerteza, muitos prefiram simplesmente ficar de fora da bolsa. 

Contudo, Ruy Hungria aponta para um comportamento que se repete no Brasil. Quando as condições econômicas vão bem, o governo se sente mais livre para gastar mais do que deveria, o que acaba prejudicando os mercados. 

Mas, por outro lado, quando a situação piora e parece que tudo vai desandar, é possível observar uma “espécie de união de forças para tentar livrar o país do risco de ruptura.”

Segundo o analista, este movimento parece estar acontecendo agora. Depois da divisão do Copom em maio, na reunião da semana passada, os membros do Comitê de Política Monetária voltaram a “falar a mesma língua”.

A decisão unânime pela manutenção dos juros nos 10,50% ao ano foi bem recebida pelo mercado. Da mesma forma, os ministros Haddad e Tebet vieram a público defender uma revisão ampla de gastos após as falas do presidente Lula. 

Para Hungria, “ainda não é o suficiente para fazer o investidor voltar correndo para a bolsa” nem para fazer os ativos de risco decolarem. Contudo, ele aponta que este é um bom momento para se posicionar em bons ativos.

Segundo a pesquisa da Anbima, muitos brasileiros acabam participando de apostas porque custam pouco. Nesse sentido, os investidores da bolsa também podem aproveitar este momento para comprar algumas “pechinchas”.

Apostas podem até ser baratas, mas a bolsa está em ‘promoção’

Ruy destaca que, diante de todo o cenário de incertezas, a bolsa voltou a negociar em níveis semelhantes aos das crises de 2008 e 2016, ou seja, está barata

O analista ainda ressalta que, apesar do “mau humor” do mercado, as empresas que compõem o Ibovespa devem crescer 19% em 2024, 8% em 2025 e 9% em 2026, de acordo com estimativas da Bloomberg.

Assim, Hungria aponta que, “nos patamares atuais, o risco vs. retorno da bolsa brasileira parece muito atrativo, e, mesmo que a recuperação demore um pouco, o potencial de valorização no longo prazo é grande”. 

Ou seja, na visão do analista, os investidores mais pacientes podem se beneficiar deste momento, pois há a oportunidade de comprar ações de empresas de qualidade em “promoção”.

Nesse sentido, os analistas da Empiricus Research recomendam 10 ações que o investidor deveria comprar agora. 

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Baixa da bolsa pode ser o melhor momento para investir nestas 10 ações

Diferentemente de quem escolhe participar das apostas online, quem investe deve sempre pensar no longo prazo. Nesse sentido, os analistas da Empiricus reforçam que este é um bom momento para aproveitar as ações com desconto. 

Eles apontam que há empresas de alta qualidade e com resultados sólidos cujas ações foram penalizadas por conta do cenário macroeconômico, mas que podem valorizar com uma melhora do ambiente interno. 

Para se ter uma ideia, com a melhora do noticiário da última semana, uma das ações recomendadas pela casa apresentou alta de 8% em 4 dias. Mas, segundo os analistas, ela pode valorizar cerca de 91%.

A boa notícia é que você pode conhecer a carteira completa de graça. A Empiricus está oferecendo como cortesia o acesso gratuito às 10 melhores ações para investir agora.

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Isabelle Santos

Sobre o autor

Isabelle Santos

Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.