Renda Fixa

Guia completo da Renda Fixa: o que é, como investir e onde aplicar

Renda fixa é todo investimento onde a rentabilidade é conhecida antes de investir. Confira aqui um guia completo sobre como e onde investir dentro da renda fixa.

Por Equipe Empiricus

14 set 2022, 09:40 - atualizado em 05 mar 2024, 10:54

Imagem representando a Renda Fixa, mostrando moedas e dinheiro

Os ativos de renda fixa estão presentes na vida de quase todos os investidores brasileiros. Sua popularidade é explicada principalmente pela segurança que esse tipo de investimento proporciona, atraindo até quem tem o perfil mais arrojado, mas que quer diversificar seus investimentos e reduzir o risco de sua carteira.

Além disso, o mercado brasileiro oferece muita praticidade para investir nesse tipo de investimento, oferecendo uma infinidade de aplicações em renda fixa a disposição dos investidores.

O que é Renda Fixa?

Renda fixa é uma modalidade de investimento onde a rentabilidade é negociada no momento da contratação. Ou seja, em um produto de renda fixa, é possível ter uma perspectiva de quanto ele vai render, além de também se saber as taxas e prazos que esse investimento terá dependendo da modalidade escolhida e do passar do tempo.

Normalmente, todo produto de renda fixa vai ser, no final das contas, um título de crédito, onde o investidor empresta dinheiro aos emissores desses títulos. Quando o prazo estipulado no início do contrato encerrar e houver o resgate, o dinheiro investido contará com os juros que já foram negociados.

Esses títulos podem ser emitidos por instituições financeiras, bancos e até mesmo pelo governo. Os ativos podem ser contratados na modalidade de juros pós fixados ou prefixados.

Como funciona a Renda Fixa?

Os títulos de renda fixa possuem suas características particulares, mas normalmente são dividios pela forma como determinam a sua rentabilidade. Logo, existem três modalidades de juros para a renda fixa:

  • Juros prefixado
  • Juros pós-fixado
  • Juros misto

Juros prefixado

Nessa modalidade, o investidor combina no momento as taxas no momento da contratação e sabe qual será a rentabilidade que aquele ativo trará até o momento do resgate. Ou seja, as taxas de juros e a rentabilidade já estão estabelecidas. Os principais ativos de renda fixa são prefixados.

Juros pós-fixado

Nesse caso, a rentabilidade dos ativos de renda fixa varia de acordo com o CDI ou Selic. Sendo assim, no momento da contratação não é possível prever a rentabilidade do ativo, mas o que se sabe é que o valor será de acordo com o índice combinado na contratação.

Juros misto

Aqui, como o nome já sugere, existe uma mesclagem da modalidade prefixada e pós-fixada, dessa forma, parte da rentabilidade é prefixada no momento da contratação e outra é atrelada a algum índice, geralmente o IPCA, IGP-M ou Selic.

Como funciona a rentabilidade da Renda Fixa?

A rentabilidade da renda fixa é atrelada a alguns índices importantes, os chamados benchmarks. Esses índices são os responsáveis pelo cálculo da rentabilidade no momento do resgate e tudo depende a qual índice o investimento foi atrelado.

No Brasil, os principais índices de referência para a renda fixa são:

  • CDI;
  • Selic;
  • IPCA;
  • IGP-M;
  • Taxa Referencial;

CDI

A taxa CDI é um dos principais índices quando o assunto é renda fixa e geralmente está atrelado aos títulos de juros prefixados. É um título emitido pelos bancos para realizar transações entre si. Por esse motivo, funcionam como referência para os investimentos em renda fixa.

SELIC

A taxa Selic é definida pelo COPOM e representa a taxa básica de juros da economia brasileira. Esse índice é utilizado pelo governo como referência no momento de pagar os investidores dos títulos públicos. Além disso, a Selic é uma referência para todas as transações econômicas do país.

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)

O IPCA também compõem os índices importantes para os ativos de renda fixa. Se trata do índice de inflação brasileiro e por isso geralmente está atrelado às taxas de juros pós-fixadas ou mistas.

IGP- M (Índice Geral de Preços do Mercado)

O IGP-M também é utilizado nos ativos de renda fixa, geralmente atrelado às taxas de juros mistas. Esse índice se refere aos preços em geral e é um importante indicador de inflação no país.

TR (Taxa Referencial)

A Taxa Referencial é utilizada para calcular os rendimentos da poupança juntamente com a Selic. Esse índice está relacionado aos títulos públicos e é um importante indicador de rentabilidade da renda fixa.

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Quais são os tipos de renda fixa?

Em um segundo momento, o investimento em renda fixa é classificado analisando quem é o seu emissor. Nesse cenário, os dois tipos de investimento em renda fixa serão:

  • Títulos públicos;
  • Títulos privados.

Títulos públicos

Os títulos públicos são os títulos emitidos pelo governo. Dessa forma, pode-se dizer que são títulos de dívida para utilização em projetos públicos. Em outras palavras, o investidor empresta esse dinheiro ao governo, por isso esse investimento é bastante seguro.

Para o público geral, o acesso a esses títulos é feito por uma plataforma de negociação própria do governo: o Tesouro Direto.

Existem algumas taxas para quem quiser investir em títulos do Tesouro Direto, como taxas de administração e taxas de custódia. Além disso, caso exista a necessidade de resgate do investimento antes do prazo estipulado, haverá interferência nos rendimentos do ativo.

Títulos do Tesouro Direto

Os títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto são os seguintes:

  • Tesouro Selic;
  • Tesouro Prefixado;
  • Tesouro Prefixado com juros semestrais;
  • Tesouro IPCA+;
  • Tesouro IPCA+ com juros semestrais.

Tesouro Selic

O Tesouro Selic está atrelado, como o nome sugere, à taxa Selic. Dessa forma, quanto maior for essa taxa, maior será a rentabilidade do investimento. Além disso, essa modalidade oferece liquidez diária, sendo recomendada para aqueles que querem começar uma reserva de emergência.

Tesouro Prefixado

O Tesouro Prefixado se refere a um título com sua taxa de juros prefixada. Ou seja, nessa modalidade, é possível saber exatamente qual será a rentabilidade no momento do resgate do investimento, isso porque tudo foi negociado no momento da contratação.

Tesouro Prefixado com juros semestrais

No Tesouro Prefixado com juros semestrais o investidor também pode saber qual a rentabilidade na hora do resgate devido ao modelo de contratação.

O que se difere do Tesouro Prefixado é a forma de recebimento da rentabilidade. Por ser possível prever a rentabilidade total, nessa modalidade é possível que o investidor receba semestralmente e não apenas no momento do resgate.

Tesouro IPCA+

No caso do Tesouro IPCA+, o investidor recebe como rentabilidade uma taxa fixa de juros e o valor do IPCA vigente no momento do resgate. É geralmente utilizado em modalidades com taxas de juros mistas.

Tesouro IPCA+ com juros semestrais

O Tesouro IPCA+ com juros semestrais funciona de forma semelhante ao Tesouro Prefixado com juros semestrais. O recebimento da rentabilidade, composta por inflação mais juros fixo, também é feito de forma semestral.

Títulos privados

Já os títulos privados são emitidos por instituições financeiras, bancos ou até mesmos empresas. Logo, da mesma forma que ocorre em títulos públicos, os investimentos em títulos privados tem como finalidade emprestar dinheiro a essas instituições privadas.

Também existem as taxas e impostos que devem ser pagos e uma grande variedade de títulos privados.

Também existem várias modalidades de títulos privados voltados para diversos tipos de perfis de investidor. As principais variações entre eles seguem sendo a rentabilidade, liquidez e taxas de juros. Os principais títulos privados são:

  • Poupança;
  • CDB;
  • Debêntures;
  • LCI e LCA;
  • CRI e CRA;
  • Letra de Câmbio;

Poupança

Dentre as aplicações de renda fixa, a caderneta de poupança é a mais conhecida e popular. Para acessá-la só é necessário possuir conta em algum banco.

No entanto, a poupança oferece baixa rentabilidade e está atrelada à Selic e a taxa referencial. A rentabilidade da poupança só é contabilizada uma vez ao mês, após 30 dias do primeiro investimento. A poupança possui liquidez diária e garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

O CDB ou Certificado de Depósito Bancário também é popular entre os investidores de renda fixa. Eles são emitidos por instituições financeiras ou bancos com a intenção de obter recursos.

Na hora do resgate, os investidores recebem o aporte investido mais os juros por terem emprestado dinheiro aos bancos. Os CDBs também possuem liquidez diária e garantias do FGC.

Debêntures

As debêntures são emitidas por instituições privadas como forma de obter recursos para financiar seus projetos. Geralmente, as empresas emitem esses títulos para não recorrerem aos financiamentos.

As debêntures são títulos de médio e longo prazo e podem ter uma liquidez menor em comparação com as outras modalidades de renda fixa. Além disso, elas não possuem garantia do FGC. Porém, tais desvantagens são compensadas com uma rentabilidade acima da média dos outros produtos de renda fixa.

LCI e LCA

A Letra de Crédito Imobiliário e a Letra de Crédito do Agronegócio funcionam de forma parecida com os CDBs. Da mesma forma que os CDBs tem como objetivo emprestar dinheiro aos bancos, os títulos LCA visam o agronegócio, cooperativas e pequenos produtores. Já os títulos LCI visam o setor imobiliário.

Apesar de possuírem garantia do FGC, a rentabilidade da LCI e LCA pode ser mais baixa em comparação aos outros títulos. Porém, isso é compensado pela isenção de Imposto de Renda que os dois títulos possuem, algo que normalmente os outros títulos não tem.

CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio são semelhantes às LCI e LCA, também são destinados ao setor imobiliário e de agronegócio. No entanto, os CRI e CRA não possuem garantias do FGC.

Pode-se dizer que essa modalidade de títulos é securitizada, ou seja, as empresas compram créditos que outras empresas receberiam no futuro e transformam em títulos que ficam disponíveis no mercado financeiro.

Letra de Câmbio

A Letra de Câmbio também funciona de forma parecida com o CDB. A principal diferença é que a letra de câmbio é emitida por instituições financeiras e não pelos bancos. Esse tipo de título possui garantia do FGC.

Fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa funcionam da mesma forma que os demais fundos de investimento: o capital desses fundos é voltado principalmente para compra dos títulos de renda fixa e os investidores são considerados cotistas, pois possuem uma parte dos fundos.

Essa é uma forma de dividir os lucros e os possíveis prejuízos entre os investidores do fundo. No entanto, os fundos de renda fixa não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, o que pode gerar mais risco para as aplicações.

Além disso, os fundos de renda fixa contam com altas taxas de administração que são pagas periodicamente para que possa existir uma boa gestão das aplicações do fundo e eventualmente, existem taxas de custódia. Por esse motivo, os fundos de renda fixa podem gerar uma rentabilidade menor para os investidores.

Um exemplo de fundo de renda fixa são dos Fundos DI, que investem em títulos de renda fixa indexados a Selic e ao CDI.

Tributação da Renda Fixa

Normalmente, os investimentos em renda fixa seguem o mesmo padrão de tributação. As taxas são do Imposto de Renda (IR) sobre Renda Fixa e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esses cálculos são realizados no momento do resgate do investimento, dessa forma, não existe a necessidade de preocupação por parte do investidor.

Vale ressaltar que nos títulos com a modalidade de recebimento semestral, o imposto também é calculado no momento da retirada, ou seja, a cada seis meses.

Produtos de renda fixa isentos de IR

Outro ponto que merece destaque é que nem todos os títulos de renda fixa sofrem incidência do Imposto de Renda. Os títulos que são isentos do imposto de renda são:

  • CRI e CRA;
  • Debentures;
  • LCI e LCA;
  • Poupança.

Imposto de renda nos ativos de renda fixa

A tributação da renda fixa está atrelada ao imposto de renda, sendo assim, os ativos estão sujeitos a tabela regressiva de tributação, ou seja, para os ativos de renda fixa, o valor da alíquota diminui com o passar do tempo. Por esse motivo, os investimentos em renda fixa são indicados para aqueles que possuem objetivos de médio ou longo prazo.

  • Até 180 dias de aplicação – 22,5%
  • De 180 a 360 dias de aplicação – 20%
  • De 361 a 720 dias de aplicação – 17,5%
  • Acima de 720 dias de aplicação – 15%

O IOF é cobrado apenas em situações de curto prazo, quando o resgate ocorre em menos de 30 dias da contratação e do aporte inicial. Após esse período, o IOF não é mais cobrado.

Vale a pena investir em ativos de renda fixa?

Os ativos de renda fixa são uma possibilidade segura para investidores que têm o desejo de diversificar a carteira de investimentos. Também é indicada para aqueles que desejam abandonar a poupança mas possuem perfil de investidor conservador.

Os ativos de renda fixa contemplam todos os objetivos pois possuem alta segurança e rentabilidade, é por esse motivo que existe uma grande variedade de títulos de renda fixa.

Vantagens de investir em renda fixa

Além de ser uma ótima opção para diversificar os investimentos, os ativos de renda fixa possuem algumas características específicas que os tornam vantajosos:

  • Segurança
  • Rentabilidade
  • Previsão

Segurança

A grande maioria dos títulos de renda fixa possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito, é isso que garante a segurança desses investimentos, em caso de falência da instituição financeira, o FGC restitui o investidor em até R$250 mil, podendo chegar até R$1 milhão por CPF.

Além disso, os títulos públicos exercem a maior segurança possível dentre os ativos de renda fixa, por se tratarem de crédito soberano, uma vez que os títulos de dívida são do governo.

Rentabilidade

Os ativos de renda fixa contam com uma rentabilidade maior que a da poupança, com taxas mais atrativas e com taxas de juros que dão opções diversas ao investidor. Além da possibilidade de resgate semestral.

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Previsão

Justamente pela modalidade das taxas de juros é possível prever qual será a rentabilidade do investimento no momento da contratação, a depender do que for escolhido pelo investidor. Podendo ser juros prefixados, pós-fixados ou mistos.

Desvantagens de investir em renda fixa

Apesar de contar com muitas vantagens, os investimentos de renda fixa contam com alguns contras que devem ser levados em consideração no momento da escolha:

  • Taxas
  • Carência
  • Risco de crédito

Taxas e tributação

Nos investimentos de renda fixa existem as taxas que são cobradas no momento do resgate da aplicação, como o IR e o IOF. Além disso, em casos de fundos de investimentos de renda fixa existem as taxas de administração e taxas de custódia.

Carência

Apesar da maioria dos títulos de renda fixa oferecer liquidez diária, existem alguns casos em que é cobrado um prazo determinado, não permitindo o resgate até o momento estipulado.

Risco de crédito e de mercado

Os ativos de renda fixa são investimentos seguros, mas existem os chamados riscos de crédito e riscos de mercado. Esses riscos estão presentes em todas as transações financeiras e se referem a possibilidade da instituição financeira falir, em casos de títulos de renda fixa sem a garantia do FGC e os riscos de volatilidade do mercado.

Como investir em renda fixa?

Investir em renda fixa é bastante simples. Basta selecionar o banco, instituição financeira ou órgão de interesse, abrir uma conta e adquirir o produto de renda fixa que melhor faz sentido com os objetivos e perfil de investidor.

No entanto, é preciso se atentar a algumas características do título antes do contrato, como a liquidez, os prazos de carência e prazos de resgate, a tributação, como será a rentabilidade e o modelo de taxas de juros e a segurança. É preciso analisar se o título tem ou não garantia do FGC, se o emissor do título possui boa reputação e é confiável.

Renda fixa ou renda variável?

Para saber qual escolha deve ser tomada no momento da contratação do título é preciso alinhar os objetivos de cada investidor. A renda variável pode proporcionar maior rentabilidade em um curto ou médio prazo. No entanto, não oferecem tanta segurança como os ativos de renda fixa.

Por outro lado, a renda fixa proporciona segurança e rentabilidade a longo prazo, além de ser uma ótima opção para reservas de emergência ou para diversificar a carteira de investimentos.

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O que é uma renda fixa?

Os investimentos em renda fixa são negociados no momento da contratação, ou seja, é possível ter uma previsão da rentabilidade, taxas e prazos que esse investimento terá dependendo da modalidade escolhida e do passar do tempo. Os títulos de renda fixa podem ser emitidos por instituições financeiras, bancos e até mesmo pelo governo.

É bom investir renda fixa?

A renda fixa é um investimento mais seguro e traz opções com liquidez diária, o que significa que o investidor pode resgatar o dinheiro a qualquer momento. A renda fixa é uma boa opção para montar uma reserva de emergência ou para investidores com perfil mais conservador.

Qual renda fixa vale mais a pena?

A  renda fixa é uma boa opção para quem deseja montar uma reserva de emergência. Então, se esse for o seu objetivo, a opção mais recomendada é o Tesouro Selic ou títulos que tenham liquidez diária.

Quanto tempo demora para resgatar renda fixa?

O resgate de um investimento sem prazo mínimo pode demorar até 1 dia útil para ser processado e cair na conta. Esse prazo pode ser maior caso o investimento se trate de um Resgate Antecipado.

Qual é a melhor renda fixa?

O melhor investimento de renda fixa para segurança é o Tesouro Direto. Isso porque ele é garantido pelo governo federal, o que significa que quando você investe em títulos públicos, se torna credor do governo e ele passa a ter uma dívida com você.

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