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O que esperar das ações de tecnologia em 2025? CIO da Empiricus Gestão revela suas expectativas para as Big Techs

Após o Nasdaq bater recorde de pontos, gestor revela suas expectativas para as ações Magnificent 7. Confira.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

16 dez 2024, 09:39 - atualizado em 16 dez 2024, 11:24

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Imagem: iStock/ Tick-Tock e Montagem: Site Empiricus

O Nasdaq, um dos principais índices americanos e fortemente atrelado ao desempenho no setor de tecnologia das Big Techs, bateu um recorde de 20 mil pontos na semana passada. 

O avanço do índice de ações simboliza um momento macroeconômico positivo para as companhias Big Techs do Vale do Silício, com destaque para as Magnificent 7: Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL34), Microsoft (MSFT34), Alphabet (GOGL34), Amazon (AMZO34), Meta Platforms (M1TA34) e Tesla (TSLA34).

A seguir, você confere uma entrevista com o CIO da Empiricus Gestão, João Piccioni, sobre o que podemos esperar para as ações de tecnologia em 2025 e como investir no setor.

1. Quais são os principais fatores que impulsionaram o índice Nasdaq nesse mês de novembro até culminar no recorde dos 20 mil pontos?

As Magnificent 7, com exceção da Nvidia, foram as principais responsáveis pelo impulso adicional que levou o Nasdaq Composite a alcançar a marca dos 20 mil pontos neste mês. Entre elas, destaca-se a Tesla, que, apesar de ter um peso menor no índice em relação às demais Mag7, apresentou a maior rentabilidade desde a eleição de Donald Trump

Também é importante ressaltar a contribuição da Broadcom (AVGO34) e da Netflix (NFLX34) na evolução do índice ao longo deste ano, mesmo que com um impacto menor em comparação às Mag7.

No cenário macroeconômico, o otimismo no mercado em relação a possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve [banco central americano], aliado às promessas de desregulação e redução de impostos para empresas de tecnologia feitas por Trump, serviram como fatores adicionais de estímulo ao setor.

2. Para 2025, quais são as expectativas para as ações Magnificent 7?

Embora persistam dúvidas sobre o retorno dos investimentos em infraestrutura realizados pelas Big Techs, a expectativa é que eles continuem, especialmente os voltados para aplicações de inteligência artificial (IA). 

Isso porque modelos maiores já estão sendo desenvolvidos pelos grandes provedores, e entende-se que estamos apenas no início das grandes aplicações da IA.

Nesse contexto, os resultados das Mag7 provavelmente cresceram acima da média de mercado. 

Contudo, apesar desse otimismo, é importante lembrar que 2025 será um ano de transição e acomodação. Por isso, os investidores devem se preparar para possíveis ajustes e para a volatilidade esperada nesse período.

3. Após essa disparada de expectativas, devemos esperar uma correção nos índices de ações para baixo?

Em nosso outlook para 2025, estimamos que o índice S&P 500 atingirá os 7.100 pontos ao final do ano. Entretanto, esperamos algum tipo de correção ainda na primeira metade do ano, impulsionada pela realização dos resultados obtidos e, em parte, pela percepção de que as medidas a serem adotadas pelo novo governo demorarão para aparecer. 

Por se tratar de um movimento conjuntural que afetará o mercado como um todo, novas oportunidades de aporte e aumento de posição deverão se materializar.

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4. Conta como o fundo de ações internacionais da Empiricus Gestão, o Tech Select, aproveita este cenário macroeconômico para capturar lucros.

No Tech Select, nossa seleção de ativos se baseia na identificação de tendências seculares, mais robustas e duradouras, e de grandes vantagens competitivas, especialmente aquelas associadas a efeitos de rede. Além disso, acompanhamos constantemente as movimentações mais amplas do mercado, buscando entender os contextos que justifiquem aumentos ou reduções em nossas posições.

Por isso, percebemos que este ainda é um bom momento para estar posicionado em ações de empresas globais, sobretudo as focadas em tecnologia. Não acreditamos que este “calor” do mercado diminuirá tão cedo. 

Salvo raras exceções, ainda não consideramos ser o momento ideal para realização de lucros e, no momento, estamos praticamente totalmente comprados.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.