Na última terça-feira (4), foi firmado um acordo entre Eletrobras (ELET6) e Alupar (ALUP11) envolvendo a TNE, mais conhecida como Linhão de Tucuruí – leiloado há mais de 10 anos e barrado por conta de inúmeros problemas envolvendo licenciamento ambiental por atravessar reservas indígenas.
Com uma extensão de mais de 700 km e uma RAP de quase R$ 400 milhões (ciclo 2022-2023), se estivesse funcionando hoje, o linhão seria um dos maiores ativos de transmissão do país, conectando Roraima ao Sistema Interligado Nacional.
Depois de muito tempo estagnado, o projeto começou a andar novamente no ano passado. No fim de 2022, finalmente foi firmado um acordo judicial e uma compensação para os indígenas para viabilizar a construção da linha, o que aumentou bastante as chances de o empreendimento sair do papel. O que nos leva ao acordo firmado entre a Eletrobras e a Alupar nesta semana.
A Eletrobras tem 49% de participação na TNE, e aumentará progressivamente essa fatia nos próximos anos, mas não foram especificados prazos nem valores, o que dificulta a nossa interpretação de quem sai “vencedor” nessa história.
O que sabemos é que a TNE é um ativo interessante, com RAP relevante, cujo leilão foi vencido por Alupar e Eletrobras sem qualquer deságio.
Se o ativo realmente for concluído algum dia, obviamente a Eletrobras terá se saído melhor nesse “trade”, apesar de estar assumindo um risco maior também.
A Alupar, por outro lado, perde parte dos direitos econômicos do empreendimento, mas reduz a sua exposição caso mais problemas voltem a aparecer.
No fim das contas, apesar de não ter como declarar um vencedor nesse acordo entre Eletrobras (ELET6) e Alupar (ALUP11) neste momento, entendemos que o acordo está muito em linha com as classificações de cada ação da nossa lista de pagadoras de dividendos favoritas: a Eletrobras assume um pouco mais de risco, mas passa a ter mais potencial de crescimento também. Por outro lado, a Alupar passa a focar um pouco mais nos investimentos com retornos estáveis e favoráveis para os dividendos.