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O que explica a turbulência do dólar em 2023? Petróleo vai atrapalhar?

Analista comenta os altos e baixos do câmbio em 2023 e o que pode vir a valorizar ainda mais o dólar frente ao real nos próximos meses.

Por Nicole Vasselai

28 set 2023, 16:18 - atualizado em 28 set 2023, 16:27

cotação do dólar
Crédito: Pixabay

A cotação do dólar vive muitos altos e baixos em 2023. O câmbio começou o ano no patamar máximo até agora, de R$ 5,30, chegou a bater R$ 4,75 em meados de junho e agora já está novamente acima de R$ 5.

Por que o dólar tem se valorizado contra o real?

Enzo explica que, diante da taxa de juros americana ainda elevada e certo arrefecimento da inflação nos EUA em relação às máximas, o investidor, no geral, prefere a segurança da moeda americana, ainda que ganhe um pouco menos. “Se ele consegue juro real nos EUA, não vai querer tomar risco em países emergentes como o Brasil”.

Mas também ressalta que a desvalorização não é exclusividade do câmbio brasileiro. “É um movimento global. Se você observar o Dollar Index, ele saiu de 100 pontos para 105, 106 em questão de dois meses, porque a gente viu essa atitude do Fed em manter os juros mais altos por mais tempo”.

PIB dos EUA do 2º tri demonstra crescimento

Hoje (28), foi divulgada a primeira revisão (de várias que são feitas) do Produto Interno Bruto (PIB) americano referente ao 2º trimestre de 2023. O dado indica um crescimento de 2,1% no período.

“Esse indicador mostra uma economia americana ainda muito resiliente e o mercado de trabalho também não está ruim, o desemprego está na casa de 4%. Por isso o Fed talvez tenha que manter o juro alto ainda por mais tempo para trazer a inflação para a meta“, avalia.

A consequência de uma manutenção do juros em patamares elevados, ele explica, é o reforço da atratividade dos títulos soberanos americanos (treasuries) como investimento, uma vez que o investidor não precisa tomar risco em outros países para conseguir um bom retorno. “Com isso, o dólar se valorizaria ainda mais”.

Alta desenfreada do petróleo pode causar choque inflacionário

Outro fator, segundo Enzo, que pode levar a uma alta do dólar e à reaceleração da inflação nos EUA (e no mundo todo, na verdade) é a disparada do preço do barril de petróleo Brent, que está em suas máximas no momento.

Em junho, a cotação chegou a US$ 71,4. Desde então, não para de subir e chegou a bater US$ 96,55 ontem, como você pode ver no gráfico abaixo.

Variação da cotação do petróleo Brent em 2023
Variação da cotação do petróleo Brent em 2023.
Fonte: Trading View/MoneyTimes

O consumidor não consegue escapar desse tipo de alta, porque vai sentir isso diretamente no preço da bomba da gasolina e no preço dos alimentos“, explica Enzo.

Como exemplo do que pode acontecer, o analista cita a alta do preço de energia no ano passado, responsável por boa parte do aumento da inflação nos EUA no período.

Por fim, a dúvida é: vale a pena comprar dólar agora?

Como sempre reforçamos no site da Empiricus e como recomenda Enzo Pacheco: “Sempre é importante ter uma parcela de dólar na carteira. Se o investidor ainda não tem, sugiro começar com algo em torno de 5% do portfólio. É uma maneira de começar a investir lá fora. Se você vai ter mais ou menos dólar investido, vai depender dos patamares do câmbio, no qual estaremos sempre de olho”.

Outra alternativa, segundo o analista, para se expor à economia americana e aproveitar a valorização do dólar é investir em ações internacionais negociadas na Bolsa brasileira por meio de BDRs. Neste relatório gratuito, o especialista reúne as 5 favoritas da Empiricus Research recomendadas para investir agora.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.