Na última segunda-feira (18), teve início a reunião do G20 2024 no Rio de Janeiro, que se encerra hoje (19). O grupo é uma cooperação internacional com objetivo de estruturar e pensar sobre a economia internacional, e por consequência, avançar o crescimento e desenvolvimento mundial.
O fórum consiste em 19 países mais a União Europeia e a União Africana. Dessa forma, possui cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
Em dezembro de 2023, a partir do sistema rotacional, o Brasil assumiu a presidência do grupo pela primeira vez. Além disso, por ser o primeiro evento internacional desde a reeleição de Donald Trump, a cúpula de 2024 tem grande importância na economia.
Para Matheus Spiess, analista de macroeconomia da Empiricus Research, o evento se torna mais relevante com o conflito de posicionamento entre o atual governo de Joe Biden e o de Trump, que tem posse em 2025. Enquanto Biden estrategicamente ajudou a Ucrânia durante a guerra, Trump já declarou que pretende diminuir esse apoio.
Dessa forma, a pauta da guerra, relevante nas discussões da cúpula, e as diferenças nas lideranças americanas intensificam tensões globais.
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‘Desafios dos líderes globais limitam ações concretas e coordenadas’
“Devo dizer que a cúpula revelou uma sensação de fragilidade entre os líderes globais presentes, muitos dos quais enfrentam cenários políticos instáveis ou desafios domésticos significativos”, explica o analista.
Spiess identifica diversos desafios com o enfraquecimento político dos atuais líderes da França, Canadá, Alemanha, China e Japão, resultando em ainda mais incertezas. Para ele, também implica um enfraquecimento no peso da cúpula dentro desse cenário de crises.
“Embora o acordo no G20 represente algum avanço, os desafios políticos e econômicos enfrentados pelos líderes participantes limitaram a capacidade de traduzir as discussões em ações concretas e coordenadas.”
Quais as principais propostas do G20?
Dentre as propostas, o analista destaca a criação de um imposto global sobre os super-ricos, embora seu detalhamento ainda não seja algo concreto: “Estima-se que uma taxação global de 2% sobre os super-ricos poderia arrecadar cerca de US$ 250 bilhões. No entanto, sendo bem franco, a ideia parece mais simbólica do que pragmática.”
Outro destaque, cita Spiess, é uma nova Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, ele explica: “A Aliança, inspirada no programa Bolsa Família, visa replicar políticas de transferência de renda bem-sucedidas para combater a fome e a pobreza em escala global.”
E as iniciativas do Brasil no G20?
As prioridades para o Brasil na cúpula são o clima e a sustentabilidade, pautas que ganham implicações com o novo governo americano de Trump. Porém, o analista destaca que sediar o G20 ainda representa grande relevância diplomática para o país.
Ainda assim, segundo Spiess, a concretude das propostas não é influenciada apenas pelo cenário doméstico: : “O sucesso dessa ambição dependerá não apenas das iniciativas brasileiras, mas também de um contexto internacional favorável e da habilidade de navegar pelos desafios geopolíticos complexos que marcam o cenário global atual. Nada fácil essa missão”, conclui.
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