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A cotação do ouro chegou a US$ 3 mil a onça na abertura do mercado desta sexta-feira (14), um recorde histórico que, tempos atrás, parecia difícil de ser alcançado.
Agora, no entanto, o horizonte de valorização se expandiu, segundo Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, e há prognósticos de que “os US$ 4 mil já estão logo ali na esquina”.
Miranda e Jerson Zanlorenzi, head da mesa de ações e derivativos do BTG Pactual, destacam os principais fatores que impulsionaram a alta do ouro e que mantêm o metal como o principal hedge global.
Ouro: descorrelação e proteção contra oscilações de humor do mercado
Miranda observa que a cotação do ouro tem seguido uma tendência de alta a despeito das oscilações do mercado. “Nos últimos anos, a correlação com o S&P 500 foi quebrada; vemos o ouro andando bem nos dois cenários: quando o índice norte-americano vai mal e quando vai bem”.
Nesse sentido, o metal tem se mostrado um ativo de proteção global bastante interessante, especialmente no contexto atual de grandes incertezas geopolíticas e econômicas decorrentes, principalmente, das tarifas comerciais de Donald Trump e suas tentativas de negociar um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
“Enquanto Trump tenta fazer o MAGA [Make America Great Again] ou talvez o MEGA, o Make Europe Great Again – o inimigo externo faz a Europa se unir –, a bolsa da Alemanha segue num super rali”, afirma Miranda.
Além disso, Jerson destaca como o ouro está absorvendo parte do fluxo de capital que tem migrado dos EUA para outras economias, em especial para a China e a Europa.
Fim do excepcionalismo americano?
Além da alta histórica do ouro, Miranda e Jerson discutem a questão de um possível fim do excepcionalismo americano e a reconfiguração do fluxo de capitais no mundo.
Para Miranda, o fato mais interessante em relação ao cenário internacional é a diminuição do apetite pela bolsa americana, em especial aos ativos ligados a empresas de tecnologia. “Aquele movimento do All in AI [Tudo em Inteligência Artificial] agora se esvazia um pouco e vai alimentar outros mercados e ativos. Talvez possa haver um ciclo longo que não é mais do excepcionalismo americano”, resume.
Ainda no Morning Call desta sexta-feira (14), Miranda e Jerson comentam sobre os temas mais quentes do mercado, tais como commodities e mercado chinês. Clique no vídeo abaixo e acompanhe a íntegra das discussões.