Os dois grandes vetores que permearam a semana no mercado financeiro foram a escalada de conflitos no Oriente Médio, alavancando os preços do barril de petróleo, e os dados de emprego nos EUA.
Sobre este último, o relatório de emprego (payroll) divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Departamento do Trabalho confirmou a criação de 254 mil vagas (ex-setor agrícola) em setembro. O valor ultrapassou em disparada o consenso da Bloomberg, que aguardava um valor mais próximo de 150 mil vagas.
“Mesmo se quiséssemos desenhar um cenário melhor, seria difícil (excluindo a questão do Oriente Médio). O Fed está em um ciclo de corte de juros, sem que a economia entre em recessão. Isso historicamente é muito atrativo para os ativos de risco”, comenta Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, durante o Morning Call do BTG nesta sexta-feira (4).
Conflitos no Oriente Médio e pacote de estímulos na China
Com exceção dos conflitos no Oriente Médio, o analista acredita que estamos diante de um cenário que caminha positivamente. Somando o corte de juros nos EUA e o novo reaquecimento do mercado chinês, o Brasil deveria ver bons retornos no mercado em âmbito nacional, segundo Miranda.
Além disso, o estrategista-chefe da Empiricus Research aponta que os novos estímulos para a economia chinesa deram um tom de “all in rally”, animando o mercado para a tradicional valorização de ações no final do ano.
As medidas do governo chinês, segundo Miranda, eliminam um pouco o risco de piora. “É a primeira vez que as medidas não são só pontuais, mas coordenadas. Agora vemos uma reorientação para o doméstico, tentando melhorar a renda e consumo, saindo do foco apenas das exportações”, comenta o CIO.
Apesar disso, ele ressalta que a rápida aceleração do mercado nos últimos dias ainda deve ser observada com cautela.
Suzano (SUZB3) pode ser uma boa aposta com otimismo chinês
Na bolsa brasileira, Miranda comenta durante sua participação no Morning Call, um dos destaques da semana são as ações da Suzano. A companhia de celulose encarou uma queda de 4% na produção prevista. “Como um dos grandes produtores globais [no segmento de papel e celulose], a SUZB3 pode dar uma sinalização melhor de preço”, diz.
Recapitulando, o analista relembra a desistência da compra da International Papers, após uma proposta muito agressiva que derrubou o valor de mercado da Suzano.
Com o mercado de celulose atrelado fortemente à economia chinesa, Miranda acredita que este momento de turbulência geopolítica pode gerar uma boa combinação de cenários micro e macro para investir nos papéis SUZB3.
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