Persiste mau humor nos mercados; short na bolsa americana; resultados fortes de Bradesco (BBDC4), Petrobras (PETR4) e Arezzo (ARZZ3)

O mau humor continua nos mercados globais nesta sexta-feira (06/05). Segundo Felipe Miranda, as fortes oscilações e o tom negativo não devem ceder no curto prazo. “Os modelos de alocação dos fundos leem o aumento da volatilidade e indicam que é preciso fazer o reposicionamento em ativos mais seguros, vendendo risco. Isso intensifica a volatilidade, então, é um ciclo vicioso até que surjam eventos positivos”, explicou o analista em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, canal de comunicação com assinantes.

Por algum tempo, irá vigorar um ambiente pesado sobretudo para as Bolsas americanas e com os yields (rendimentos) dos treasuries de 10 anos subindo – que apontam mais de 3% ao ano. 

Na Super Quarta, o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (banco central dos Estados Unidos), foi brando em relação à dinâmica de alta dos juros e trouxe algum otimismo ao mercado, mas depois veio a releitura. “Para o mercado, não adianta Powell dizer que vai fazer ajustes devagar porque os juros vão precisar subir mais. É essa a realidade que se impõe”, explica. 

Por conta do cenário desafiador, Felipe Miranda disse que tomou ontem uma nova decisão para a Carteira Empiricus: fez um short (posição vendida) no S&P 500 da bolsa americana (NYSE). Isso foi feito via IVVB11, um ETF que reflete a performance do índice. O peso dessa operação equivale a 10% do portfólio. “Isso é para a gente se proteger um pouco, precisamos estar preparados e com os ‘cintos afivelados’ nos próximos dias ou semanas”, ressalta. 

O analista completa sobre a tática para o curto prazo: “Fizemos essa operação com bom preço. Vamos ver o S&P 500, que está em 4.115 pontos (índice futuro) indo para 3.800 ou 3.700. Daí vai dar uma entrada daquelas espetaculares”.

Ao mesmo tempo, ele destaca que o momento pede para que os investidores tenham liquidez para aproveitar oportunidades na Bolsa brasileira, que está negociando a um indicador preço/lucro de apenas 6,5 vezes, abaixo do patamar registrado na Era Dilma, quando o país atravessou uma recessão profunda. Entretanto depois daquela crise, houve um salto. “A Bolsa está barata. Realmente estamos em uma janela histórica de possibilidade de multiplicação de capital”, comenta. 

Na sequência dos resultados corporativos do 1T22

Bradesco (BBDC4) surpreende positivamente

O Bradesco (BBDC4) registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,821 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 4,7% na comparação anual. O desempenho do banco ficou acima do esperado pelo mercado. “O resultado foi positivo e marcante. Havia muito ruído no mercado sobre aumento da inadimplência, das provisões, números desastrosos, mas ao contrário, o banco foi bem”, avalia Felipe Miranda. 

Quanto à Petrobras (PETR4), a companhia teve um salto de 2.969,9% no lucro recorrente, somando R$ 43,3 bilhões. “É um bom resultado, mas a grande notícia é o bom dividendo, um yield de 12%”, comenta. 

No setor varejista, a Arezzo (ARZZ3) teve alta de 94% no lucro ajustado no primeiro trimestre, totalizando R$ 57,5 milhões. “Realmente a Arezzo é uma ilha no varejo, por isso as suas ações sobem no ano”, conclui