Por se tratarem de companhias com menor valor de mercado e baixa liquidez, as small caps costumam acompanhar os movimentos do mercado com mais intensidade quando comparadas às gigantes do Ibovespa.
Pelo menor volume de operações, grandes transações, tanto de compra quanto de venda, fazem mais preço sobre as small caps e microcaps em relação às blue chips.
Por isso, é natural se perguntar se, após 12 pregões seguidos de queda do Ibovespa – maior sequência da história do índice -, o otimismo com as small caps chegou ao fim.
Segundo o analista Richard Camargo, da Empiricus Research, a resposta é não: as perspectivas continuam favoráveis.
“Sempre tentamos passar alguma tranquilidade para o investidor no sentido de não pensar o mercado no período de semanas, mas sim de meses e anos, em que esses efeitos de curto prazo são diluídos. Volatilidade temos o tempo inteiro, a bolsa nunca vai fazer um caminho linear subindo indefinidamente”, pontuou o analista.
Índice de small caps caiu menos que o Ibovespa em agosto
Apesar de a sequência negativa do Ibovespa assustar, a magnitude da queda não é grande: até o fechamento de ontem (16), o índice caiu 5,2%. O SMAL11, surpreendentemente, caiu menos em agosto: 4%.
Independente do curto prazo negativo, a tendência continua positiva, e o motivo é o mesmo: o ciclo afrouxamento monetário.
“O ciclo de corte de juros é um vetor muito poderoso para valuation. Para as microcaps é especialmente importante, ainda mais as que têm endividamento elevado”, afirmou Richard.
Mesmo com bom desempenho no ano, small caps continuam baratas
Ele explica que muitas empresas que entraram na Bolsa em 2021, com a Selic a 2%, não estavam preparadas para uma subida tão abrupta da taxa. Em 12 meses, o juro básico foi para 13,75% ao ano.
“Hoje, quando olhamos para boa parte das microcaps, elas parecem caras em termos de múltiplos porque o lucro delas está muito comprimido. Todo resultado operacional fica para pagar juros. Dado que boa parte dessas dívidas são atreladas ao CDI, o afrouxamento monetário vai melhorar muito a rentabilidade dessas empresas e os investidores vão perceber que elas estão muito mais baratas do que parecem”, analisou.
Para que a perspectiva se materialize, o analista afirma que duas coisas precisam acontecer com as teses de investimento: a empresa crescer o lucro por ação e o mercado tope pagar mais por este lucro.
“Hoje temos esses dois vetores nas mínimas. O lucro por ação por conta do juros que está sufocando e por conta do crescimento baixo nesses dois anos de inflação forte, e os múltiplos também estão próximos das mínimas”.
“Não podemos garantir nada por aqui, mas se esses dois vetores que mais importam estão nas mínimas, as perspectivas precisam ser melhores. Uma simples normalização à média tende a trazer upsides muito relevantes para as small caps”, afirmou.
O upside, claro, vai depender da velocidade do ciclo de corte de juro. Na medida em que ele acontece, os preços-alvo dos papéis acompanham o movimento.
Processo de seleção das ações é fundamental para capturar o ciclo de queda da Selic
No entanto, o analista reitera que a alta não acontecerá de maneira linear, sem percalços pelo caminho. “As perspectivas são boas e eu não me deixaria assustar por alguns pregões ruins”.
Além disso, é importante ter um processo de seleção bem feito dos ativos. Nem todas as ações subirão simplesmente por serem small caps.
Pensando em capturar o ciclo de corte de juro, a Empiricus vai reabrir o fundo de investimento mais rentável do último semestre, o Microcap Alert.
Clique aqui e veja como investir nas 11 small e microcaps que, juntas, renderam mais de 40% na primeira metade de 2023 e podem continuar a escalada à medida em que os juros caem.
Veja abaixo a entrevista completa de Richard Camargo: