Investimentos

Peso maior do short de Nubank (NUBR33); FMI revisa para cima PIB brasileiro; Vale (VALE3) tem queda esperada na produção; veja os destaques

Em seu grupo Ideias Antifrágeis no Instagram, Felipe Miranda, co-CEO da Empiricus, fala sobre assuntos que movimentam o mercado

Por Daniela Rocha

20 abr 2022, 14:41 - atualizado em 22 abr 2022, 08:32

Os resultados da Netflix (NFLX34) decepcionaram o mercado, principalmente a queda no número de usuários. Com isso, as ações caíram contaminando outros papéis negociados na Nasdaq. Contudo, saindo desse case específico, a expectativa é que o ambiente vai se tornar cada vez mais desafiador para as empresas de tecnologia em função do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, destacou.

Com essa nova dinâmica macroeconômica, segundo Felipe Miranda, co-CEO da Empiricus, os cases de techs e de growth (crescimento) devem sofrer. Como buscam avançar em receitas e lucros em um horizonte temporal maior, quando a taxa de juros aumenta, ao se trazer o fluxo de caixa a valor presente, o efeito é a queda dos seus valores de mercado (valuations). 

“Hoje, aumentamos um pouco o short de nubank, que de alguma maneira se relaciona com esse ambiente”, revelou o analista sobre a estratégia que faz parte da carteira que ele lidera Oportunidades de Uma Vida. A operação short – posição vendida, aposta na queda da cotação do roxinho. [entenda a estratégia]

Notícia positiva: PIB do Brasil para cima

A guerra entre Rússia e Ucrânia fizeram o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduzir a projeção de crescimento do PIB mundial de 4,4% para 3,6%. 

Entretanto, a estimativa do banco é que a economia brasileira deverá avançar 0,8% em 2022, contra a previsão anterior de somente 0,3%. 

“As expectativas que movem os preços dos ativos. O Brasil melhora enquanto o mundo decresce. Isso deve colocar o país ainda mais em evidência”, destaca Felipe. 

Produção mais fraca da Vale (VALE3) era esperada

A Vale (VALE3) informou que encerrou primeiro trimestre com uma retração de 6% na produção de minério de ferro em relação ao 1T21. Na comparação com os últimos três meses do ano passado, a queda foi de 22,5%

De acordo com Felipe Miranda, os dados fracos não causaram surpresa. “A queda da produção já era esperada por conta da chuva e das paradas programadas”, explica. 

Por sua vez, a Rio Tinto, concorrente da gigante da mineração brasileira, também registrou produção fraca no período devido à greve dos trabalhadores. 

Assim, a queda do volume geral pode levar a um aumento do preço da commodity metálica. “A Vale e a Rio Tinto somadas têm controle da oferta, então o minério poderia negociar a patamares mais altos. Essa elasticidade permitiria volume menor, mas Ebitda maior para a Vale, basicamente é essa a leitura.”

Resultado da Usiminas (USIM5) decepciona

Segundo Felipe Miranda, o resultado de Usiminas (USIM5) no 1T22 frustrou as expectativas. “Claro que a ação está muito barata, negocia abaixo de 2 vezes o Ebitda, mas acho que no curto prazo esse resultado pode pesar sobre a ação.”

No setor de metais e mineração, ele diz que suas preferências são Vale (VALE3) e Gerdau (GOAU4).

Todos os dias, Felipe Miranda faz análises e comenta assuntos relevantes do mercado em seu no grupo Ideias Antifrágeis no Telegram. Para acessar, é só assinar qualquer uma das séries da Empiricus.

Sobre o autor

Daniela Rocha

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.