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PETR4, RRRP3, PRIO3… veja quem se dá bem e quem se dá mal com a alta no preço do petróleo

Opep anunciou que reduzirá produção de petróleo em mais de 1 milhão de barris por dia a partir de maio, até o final de 2023; commodity e petroleiras disparam no pregão desta segunda

Por Juan Rey

03 abr 2023, 15:41 - atualizado em 03 abr 2023, 15:41

Petrobras (PETR4) pré sal petróleo
Plataforma de extração de pré-sal. Imagem: Divulgação

O petróleo Brent sobe cerca de 6,5% até a tarde do pregão desta segunda-feira (3), depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciou um corte ‘surpresa’ na produção da commodity.

O movimento tem consequência nos mercados de todo o mundo. Para o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, a tendência é que as petroleiras menores da B3, como 3R Petroleum (RRRP3), PetroRio (PRIO3) e PetroRecôncavo (RECV3), se beneficiem da alta. 

No caso da gigante Petrobras (PETR4), o analista até vê uma melhora na questão operacional, já que “o petróleo sobe e ela vende por um preço mais caro e tem uma margem melhor”. 

O problema são as incertezas políticas que rondam o futuro da principal petroleira do país. “Hoje a ação está subindo, na minha visão faz todo sentido, mas começam a entrar outras questões, como uma eventual intervenção do governo na alta de preços”, explica Ruy. 

Política de preço dos combustíveis é crucial para a tese em Petrobras

A Petrobras está próxima da definição de uma nova política de precificação de combustíveis, que ainda é incerta.

O melhor dos cenários é que a precificação não  se distancie muito da atual, que é alinhada com os preços do petróleo no mercado internacional. “Neste caso, o que a gente veria seria essa alta do preço do petróleo lá fora sendo refletida no aumento do preço dos combustíveis aqui dentro”, analisa Ruy. 

Por outro lado, a política pode ficar em um “meio termo” – com uma interferência média do governo nos preços. Na visão de Ruy, “seria um pouco ruim para a Petrobras, mas entendo que o mercado já tenha precificado esse cenário”. 

Na pior das hipóteses, existe a possibilidade de uma intervenção mais pesada do governo na política de preços da estatal. O cenário já ocorreu no Governo Dilma, quando a ação chegou a valer R$ 4,03 no fechamento de mercado de 26 de janeiro de 2016. Para se ter noção, mesmo com as quedas de preço nos últimos meses, PETR4 fechou a última sexta-feira (31) cotada a R$ 23,45.

“O grande medo do mercado é que isso volte a se repetir. Não é o cenário base apesar de ter a possibilidade de acontecer”, avalia o analista. 

RRRP3 e PETR4 (com ressalvas): as indicações da Empiricus Research

Portanto, em um horizonte maior de tempo, a alta do petróleo pode ser positiva para o acionista da Petrobras, como pode ser desastrosa. Tudo depende da política de preços a ser adotada. 

Das petroleiras disponíveis na B3, a Empiricus Research recomenda as ações da 3R Petroleum (RRRP3) e da Petrobras (PETR4), esta última em uma carteira devidamente diversificada e voltada para dividendos. Por conta dos riscos políticos já mencionados, a 3R deve surfar melhor a alta da commodity no curto prazo, enquanto a Petrobras tem pendências a resolver. 

Por outro lado, Ruy Hungria vê as ações da Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, sofrendo com a alta da commodity. “Ela já sofreu muito nos últimos anos com o petróleo elevado. O custo dela é baseado em derivados de petróleo e aumentou muito nos últimos anos, o que explica o recuo das ações”, analisa. 

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br