Não é novidade para ninguém que o grande receio que existe hoje sobre os resultados futuros da Petrobras (PETR4) reside na incerteza sobre a política de preços de combustíveis que será adotada.
No mundo ideal, o novo governo manteria a paridade internacional que foi estabelecida durante o governo Michel Temer, o que protege a companhia de ser obrigada a vender combustíveis por preços menores do compra para conseguir abastecer o mercado interno.
Mas, como bem sabemos, o mundo ideal pertence ao mundo das ideias e preferimos não ser tão ingênuos assim. Dado o histórico do governo petista e os todos os discursos de Lula durante a campanha, é provável que tenhamos alterações na estratégia de precificação.
A parte boa é que, pelo que temos visto até aqui, elas parecem ser muito menos danosas do aquelas implementadas durante o governo Dilma.
Apenas lembrando o que aconteceu naquela época: com uma capacidade de refino menor do que a demanda interna, a Petrobras precisava importar combustíveis. Como os preços internos estavam muito abaixo dos internacionais, os litros importados vendidos no Brasil implicavam um belo prejuízo.
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Novo governo pretende investir no aumento da capacidade das refinarias da Petrobras
O que seria diferente, dessa vez? Segundo reportagens que foram veiculadas na última semana, para tentar melhorar os preços internos sem que isso represente um rombo para os resultados da estatal, o novo governo pretende investir no aumento de capacidade das refinarias que continuam com a Petrobras.
Essa medida reduziria a necessidade de importação, e permitiria a estatal depender um pouco menos dos preços internacionais.
Isso conversa com outras reportagens divulgadas no início de novembro, que falavam sobre um método de precificação de combustíveis regional que levaria em conta a capacidade de abastecimento de cada região por refinarias internas e também a necessidade de importação.
Em locais que podem ser abastecidos pelas refinarias nacionais, os preços levariam em conta os custos de produção internos. Nas regiões que precisassem de mais importação, as cotações internacionais teriam um maior peso na precificação, a fim de preservar a sustentabilidade econômica da operação. Não é perfeito, mas ao que tudo indica neste primeiro momento, está longe de ser um desastre.
Importante lembrar que, nas últimas semanas, a equipe de transição também mencionou que eventuais subsídios para os combustíveis seriam financiados pelos dividendos que o governo receberia da própria Petrobras, o que obviamente só aconteceria se ela continuasse lucrativa.
PETR4 segue na carteira de dividendos da Empiricus
Como já deve estar bem claro, não continuamos com Petrobras (PETR4) na nossa série Vacas Leiteiras porque esperamos uma gestão liberal e totalmente focada no retorno para os acionistas. Mas pelos preços atuais, com indícios de uma interferência muito menos danosa do que na gestão Dilma, e o interesse do novo governo nos gordos dividendos da estatal, entendemos que a assimetria continua interessante.