A Petrobras (PETR4) divulgou nesta segunda-feira (18) em comunicado o plano estratégico para o período de 2025 a 2029. O documento aponta um total de US$ 111 bilhões em investimentos, sendo US$ 77 bilhões para o segmento de exploração e produção.
O plano estratégico da Petrobras ainda deve ser avaliado pelo conselho na próxima quinta-feira (21).
Em relação ao plano apresentado em 2023, houve um aumento de menos de 10% nos investimentos da Petrobras. “Em um ano, com o componente inflacionário, é comum que haja uma revisão. Sem o plano oficial, ainda não sabemos as premissas e expectativas prometidas, mas os números que saíram na imprensa até agora indicam que não haverá muitas mudanças em relação ao ano passado” comenta o analista de ações da Empiricus Research, Ruy Hungria, em participação ao programa Giro de Mercado do Money Times.
Petrobras atualiza plano de investimentos com projeção de dividendos
Por enquanto, a projeção de dividendos ordinários da Petrobras (PETR3; PETR4) ficará em uma faixa a partir de US$ 45 bilhões. O pagamento dos proventos extraordinários serão flexíveis em até US$ 10 bilhões ao longo do período.
Sobre a recepção do plano de investimentos da Petrobras pelo mercado, Hungria avalia que foi positiva. “O plano do ano retrasado teve um aumento de quase US$ 30 bilhões, o que foi uma mudança relevante. Para esse ano, a divisão das fatias entre segmentos manteve o mesmo tamanho, com praticamente a mesma parcela para exportação e produção e os outros segmentos”, comenta o analista.
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Por que a projeção do novo Plano da Petrobras é boa?
Na visão do analista, o novo plano da Petrobras de 2025 a 2029 é bem recebido graças ao componente de que “time que está ganhando não se mexe”.
Muitas mudanças poderiam ser feitas, segundo Hungria, para “piorar os resultados”, como investir em segmentos de baixa importância estratégica para a companhia ou que tivessem mais interesse político. “No final, foi mantida a estratégia que a companhia vem entregando nos últimos anos, que é de 70% do total da expectativa de investimento”, adiciona.
O analista ainda ressalta que a exploração de petróleo é a principal fonte de ganhos e de onde vem os proventos da Petrobras, principalmente. Por isso, caso houvesse uma mudança muito brusca de investimentos tirando mais do segmento de exploração e produção para os outros, os dividendos de PETR4 poderiam ser afetados.
“O investidor não quer ver dezenas e dezenas de dólares em expansões relacionadas à sustentabilidade porque a Petrobras não é especialista em energia renovável e, até hoje, muito pouco do seu dinheiro destinado a isso se traduziu em retorno aos acionistas. O investidor está de olho mesmo em exploração e produção, que é o que vai reverter em dividendos”, afirma o analista.
Vale a pena comprar PETR4 agora?
Sobre o momento atual das ações PETR4, Hungria avalia que o potencial competitivo da companhia chama muita atenção. “O pré-sal permite que a petroleira produza muito com custos baixos. Isso significa que, se o petróleo continuar caindo, ela consegue sobreviver com os preços descontados, enquanto muitas concorrentes teriam que fechar as portas”, relembra o analista.
Em sua recomendação, Hungria salienta que, para aquele investidor com o foco exclusivo em proventos, o dividend yield acima de 10% ao ano é um patamar interessante, considerando os múltiplos atuais.
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A entrevista completa de Ruy Hungria no Giro do Mercado desta terça-feira (19) está dispponível no YouTube e no quadro abaixo: