Investimentos

Petrobras (PETR4) chega a 1 milhão de acionistas individuais, mas não necessariamente é um bom investimento no momento, segundo analista

Apesar da popularidade entre investidores pessoa física, ação não está em uma ‘assimetria favorável’ para quem busca dividendos, afirma Ruy Hungria

Por Anna Larissa Zeferino

19 set 2024, 10:03

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Imagem: iStock/ Pollyana Ventura

A Petrobras (PETR4), já velha conhecida dos investidores da bolsa brasileira, parece ter atingido níveis ainda maiores de popularidade. A estatal chegou, nesta semana, à marca recorde de 1 milhão de acionistas individuais na B3.

Em 2023, o número mencionado em documentos da empresa estava em torno de 860 mil. Ou seja, cerca de 140 mil pessoas passaram a investir na empresa somente do ano passado para cá.

No caso, esse número de “investidores individuais” contempla tanto pessoas físicas quanto jurídicas, mas é diferente de investidores institucionais – bancos, fundos ou seguradoras que investem em nome de terceiros.

Além disso, suas ações também alcançaram o maior número de recomendações de compra entre os principais bancos de investimento desde que Lula reassumiu a presidência do Brasil. Nomes como BTG Pactual, Itaú BBA, Goldman Sachs e Morgan Stanley estão entre os que indicam os papéis da petroleira. 

Considerando esses pontos, será mesmo que a Petrobras é “queridinha” de todos, ou há quem discorde? 

Apesar de recomendada por grandes instituições, ela não é unanimidade. Há quem ainda prefira deixá-la de fora das suas recomendações.

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Consenso em torno da Petrobras (PETR4) ‘não é necessariamente bom’, diz analista

Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, casa de análise do grupo BTG Pactual, afirmou que uma ação ser consenso no mercado “não necessariamente é bom para o investidor. Muitas vezes é um forte indício de que um determinado ativo já está ‘no preço’.” E completou:

“Gostamos da Petrobras operacionalmente falando. Mas [com os papéis negociados] perto de 4x a razão preço/lucro e com os riscos políticos que sempre pairam sobre a tese, PETR4 nos parece bem precificada neste momento.”

Ruy também não inclui a Petrobras na sua carteira recomendada mensal de ações para quem busca dividendos na bolsa. Perguntado o porquê, respondeu:

“Os dividendos são ótimos, mas o fato de o preço já estar num patamar justo, não dá uma assimetria favorável. Melhor é [termos] múltiplo barato e yield alto. Yield alto com múltiplo não tão barato é ‘menos bom’. Pode fazer sentido para alguns… mas, na nossa carteira, entendemos que temos outros ativos com melhor [relação] risco x retorno.”

Em suma, o investidor precisa pensar bem em onde investir de acordo com seu perfil e objetivos, ao invés de seguir um “fluxo” somente por parecer unânime. 

Outra petroleira é recomendada por analistas da Empiricus

A carteira para quem busca dividendos recomendada por Ruy Hungria não inclui empresas do ramo petroleiro. Já outra carteira de ações da Empiricus, elaborada pela analista Larissa Quaresma, inclui uma petroleira – mas não é a Petrobras. 

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Ambas as carteiras seguem o critério de buscar ativos baratos, de qualidade, e com potencial de valorização no futuro próximo.

E a boa notícia é que você pode conferir as teses completas dessas recomendações, junto com todas as principais recomendações dos analistas da Faria Lima, de forma gratuita.

Confira as principais recomendações de ações do mercado

O Money Times preparou uma curadoria das principais ações recomendadas no momento entre os grandes nomes do mercado financeiro. 

Além de conferir as recomendações de Ruy Hungria e Larissa Quaresma, da Empiricus Research, você pode compará-las com as teses de casas como:

  • BTG Pactual;
  • Itaú BBA;
  • Santander;
  • dentre outras.

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Sobre o autor

Anna Larissa Zeferino

Jornalista no mercado financeiro desde 2022. Pós-graduanda em Economia, Investimentos e Banking pela Universidade de São Paulo (ESALQ-USP). Escreve para os portais Empiricus, Money Times e Seu Dinheiro, e já passou por casas como Itaú BBA e XP.