A Petrobras (PETR4) apresentou nesta terça-feira (24) os dados de produção e vendas do terceiro trimestre de 2022.
O relatório não teve grandes surpresas, apesar de mostrar números em queda em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
No segmento de Exploração e Produção (E&P), a produção atingiu 2,64 milhões de barris equivalentes diários (boed), queda de 6% na comparação com o 3T21. O número é, principalmente, um reflexo da já esperada redução de participação em Sépia e Atapu.
Mas esse efeito foi parcialmente amenizado pelo ramp-up do FPSO Guanabara no campo de Mero, que iniciou a produção em dois novos poços no trimestre.
A produção acima das expectativas da FPSO-68 nos Campos de Berbigão e Sururu, que tem conseguido inclusive superar a sua capacidade nominal, também amenizou a queda.
Mesmo com a redução na comparação anual, os números divulgados pela Petrobras vieram em linha com as expectativas do mercado e também dentro do guidance da própria companhia.
Mais pré-sal, menos custos de extração
Destaque mais uma vez para a participação do pré-sal no mix, que chegou a 73% da produção total, ante 71% no 3T21 e 67% no 3T20. Lembrando, que quanto maior a produção no pré-sal, menor o custo de extração por barril (lifting cost) e maior a rentabilidade da companhia.
No segmento de Refino, vimos queda na produção (-9%) e nas vendas (-8%), reflexo principalmente do desinvestimento da Refinaria Landulpho Alves na Bahia, que correspondia a 13% da capacidade de processamento da Petrobras antes de ser vendida. Por isso, mais importante do que o volume é analisar o aumento no fator de utilização do parque de refino, que cresceu de 85% no 3T21 para 88% no 3T22.
No segmento de Gás e Energia, os números também caíram na comparação anual, especialmente pelo elevado nível dos reservatórios no trimestre, que prejudicou a geração de energia.
Risco vs retorno de PETR4 ainda é atrativo
É claro que a queda dos números não anima, mas esses efeitos negativos já eram esperados pelo mercado, que agora aguarda os resultados do 3T22, no dia 3 de novembro.
Apesar dos riscos eleitorais e da enorme volatilidade devido à proximidade do segundo turno, a Petrobras negocia por menos de 3 vezes lucros e com um dividend yield superior a 30%, o que torna o risco vs retorno ainda bastante atrativo em nossa visão. Por esses motivos, ela faz parte da carteira de várias séries da Empiricus.