Investimentos

Petrobras (PETR4) apresenta queda no relatório de produção e vendas do 3T22; veja se ação ainda vale a pena

Apesar da queda, números vieram em linha com as expectativas do mercado; veja a análise de Ruy Hungria

Por Ruy Hungria

25 out 2022, 09:56 - atualizado em 25 out 2022, 09:58

Bandeira da Petrobras (PETR4) ao lado de bandeira do Brasil
Fonte: Shutterstock

A Petrobras (PETR4) apresentou nesta terça-feira (24) os dados de produção e vendas do terceiro trimestre de 2022. 

O relatório não teve grandes surpresas, apesar de mostrar números em queda em relação ao mesmo trimestre do ano passado. 

No segmento de Exploração e Produção (E&P), a produção atingiu 2,64 milhões de barris equivalentes diários (boed), queda de 6% na comparação com o 3T21. O número é, principalmente, um reflexo da já esperada redução de participação em Sépia e Atapu. 

Mas esse efeito foi parcialmente amenizado pelo ramp-up do FPSO Guanabara no campo de Mero, que iniciou a produção em dois novos poços no trimestre. 

A produção acima das expectativas da FPSO-68 nos Campos de Berbigão e Sururu, que tem conseguido inclusive superar a sua capacidade nominal, também amenizou a queda.

Mesmo com a redução na comparação anual, os números divulgados pela Petrobras vieram em linha com as expectativas do mercado e também dentro do guidance da própria companhia. 

Mais pré-sal, menos custos de extração

Destaque mais uma vez para a participação do pré-sal no mix, que chegou a 73% da produção total, ante 71% no 3T21 e 67% no 3T20. Lembrando, que quanto maior a produção no pré-sal, menor o custo de extração por barril (lifting cost) e maior a rentabilidade da companhia. 

No segmento de Refino, vimos queda na produção (-9%) e nas vendas (-8%), reflexo principalmente do desinvestimento da Refinaria Landulpho Alves na Bahia, que correspondia a 13% da capacidade de processamento da Petrobras antes de ser vendida. Por isso, mais importante do que o volume é analisar o aumento no fator de utilização do parque de refino, que cresceu de 85% no 3T21 para 88% no 3T22. 

No segmento de Gás e Energia, os números também caíram na comparação anual, especialmente pelo elevado nível dos reservatórios no trimestre, que prejudicou a geração de energia. 

Risco vs retorno de PETR4 ainda é atrativo

É claro que a queda dos números não anima, mas esses efeitos negativos já eram esperados pelo mercado, que agora aguarda os resultados do 3T22, no dia 3 de novembro.

Apesar dos riscos eleitorais e da enorme volatilidade devido à proximidade do segundo turno, a Petrobras negocia por menos de 3 vezes lucros e com um dividend yield superior a 30%, o que torna o risco vs retorno ainda bastante atrativo em nossa visão. Por esses motivos, ela faz parte da carteira de várias séries da Empiricus.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.