Depois de divulgar dados de produção piores que o esperado em agosto, uma nova notícia mexeu com os acionistas da 3R Petroleum (RRRP3): uma possível parceria com a Petrobras (PETR4) no Polo Potiguar.
A negociação foi confirmada pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, na última segunda-feira (11). Segundo ele, não há data para a conclusão da parceria, que ainda está em fase embrionária.
Polo Potiguar foi adquirido em junho junto à Petrobras
A 3R Petroleum concluiu a aquisição do Polo Potiguar, que pertencia à própria Petrobras, em junho de 2023. A expectativa era que, ao longo do tempo, o novo ativo pudesse quase dobrar a produção da companhia.
Hoje o ativo representa cerca de 40% da produção total de óleo e gás da 3R Petroleum.
Além da relevância na extração, o Polo Potiguar veio com vários outros ativos que tratam os produtos extraídos, como explica a analista Larissa Quaresma:
“Por exemplo, tem uma unidade de processamento de gás natural, que o torna apto para ir direto para as distribuidoras de gás. Também tem a Refinaria Clara Camarão, que produz querosene de aviação e gasolina que a companhia usa para escoar a própria produção de óleo. É um ativo bem estratégico”, afirmou a analista.
Negociação pode ser positiva para a 3R Petroleum
É justamente a Refinaria Clara Camarão que, segundo as notícias, é o principal alvo da Petrobras. Para Larissa, a negociação pode ser positiva para a 3R Petroleum, que não tem know how na área de refino.
“A 3R, até comprar o Polo Potiguar, fazia apenas a retirada de óleo e gás. Essa refinaria virou um ativo que contribui pouco para a geração de caixa da companhia. É um tipo de atividade que a 3R não domina e não faz parte do ciclo de competência dela”, avaliou.
Por outro lado, a Petrobras tem larga experiência com refinarias. Por isso, na visão da analista, a venda do ativo para a estatal seria bom em dois aspectos para a 3R Petroleum:
- Levantar caixa para reduzir a alavancagem, que hoje é alta;
- Ganho de foco, já que a companhia voltaria todas as atenções para o que faz melhor: a extração de óleo.
É claro que a negociação corre em sigilo e os termos ainda não estão claros. A Petrobras tem interesse em incluir no acordo outros ativos, como alguns poços específicos do Polo Potiguar.
“Dependendo da configuração [do acordo] pode ser interessante para a 3R, se livrar de alguns poços menos relevantes que podem fazer mais sentido para a Petrobras. É importante falar que acreditamos que, nesse acordo, a 3R manteria o grosso da produção do Polo Potiguar e o terminal de importação e exportação, que é uma coisa relevante e estratégica desse ativo”.
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Petrobras deixou de ser recomendação, enquanto 3R Petroleum segue com sugestão de compra
Enquanto a Petrobras (PETR4) deixou de ser uma recomendação da Empiricus Research no início do último mês (confira mais detalhes sobre aqui), a 3R Petroleum é uma recomendação de compra.
Segundo a analista, a companhia é uma alternativa para capturar o vetor do preço do barril de petróleo, que hoje passa dos US$ 93, com bom upside.
Para ela, a 3R é uma aposta mais promissora em termos de valuation que Prio (PRIO3) e PetroRecôncavo (RECV3), embora seja uma tese mais arriscada.
“Quando olhamos o valor da firma dividido pelo volume de reserva de petróleo, chegamos a cerca de US$ 4 por barril no caso da 3R Petroleum. Enquanto na Prio esse valor está acima dos US$ 10 e, no caso da PetroRecôncavo, US$ 7 por barril. Então enxergamos maior potencial na 3R, mas com um risco muito maior também”.
Confira no vídeo abaixo a entrevista completa da analista, que também falou sobre os dados de produção abaixo das estimativas da 3R em agosto e as expectativas para o 3T23 da companhia: