Depois de muito sofrimento (e desvalorização das ações), ontem (24) começamos a ver o que parecem ser os primeiros sinais de alinhamento entre governo e acionistas minoritários da Petrobras (PETR4).
Em entrevista, o senador Jean Paul Prates, da equipe de transição e um dos cotados para assumir a presidência da estatal, disse que a nova gestão “não será intervencionista” nem “despótica”, e que buscará o diálogo com investidores no período em que estiver no comando da companhia.
Bom demais para ser verdade? Também pensamos assim.
Sabe como é, né? Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça, e neste momento preferimos não apostar que tudo continuará como está: foco no pré-sal, venda de ativos pouco rentáveis e distribuição absurda de dividendos.
No entanto, se a Petrobras dos próximos quatro anos não será totalmente igual a dos últimos quatro, a entrevista de Prates deixou a impressão que o futuro também não precisa ser tão diferente assim, especialmente naquilo que mais afeta as ações: a política de paridade internacional.
Segundo o senador, não haverá congelamento de preços, e eventuais políticas de subsídio para baixar o preço dos combustíveis seriam custeados pelos próprios dividendos recebidos da Petrobras.
Isso conversa com aquilo que temos comentado há algum tempo. O governo precisa desesperadamente dos dividendos distribuídos pela Petrobras (e pelo Banco do Brasil também) para financiar a enorme gastança que está prometendo. Mesmo que indiretamente, isso causa um alinhamento de interesses entre a União e nós, minoritários.
É claro que há a possibilidade de nenhuma dessas promessas se concretizar. No entanto, dado o valuation extremamente barato e esses primeiros sinais positivos, ainda vemos boa assimetria em PETR4 para os amantes de dividendos.
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