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Petrobras (PETR4): prévia operacional do 2T23 mostra ligeira queda em Exploração e Produção

A queda está relacionada aos desinvestimentos de alguns ativos menos rentáveis e também paradas para manutenção, mas mercado aguarda próximas decisões da petroleira.

Por Ruy Hungria

27 jul 2023, 10:28 - atualizado em 03 ago 2023, 16:01

Bandeira da Petrobras (PETR4) ao lado de bandeira do Brasil dividendos
Fonte: Shutterstock

A Petrobras (PETR4) divulgou a prévia operacional do 2T23, com uma ligeira queda em Exploração e Produção na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

A queda está relacionada aos desinvestimentos de alguns ativos menos rentáveis e também paradas para manutenção. Isso afetou principalmente as operações no pós-sal (-10%) e em terra e águas rasas (-14%). 

Pré-sal

Por outro lado, a produção no pré-sal cresceu +0,4% e atingiu um novo recorde, chegando a 78% de participação na produção da Petrobras, ajudada pelo ramp-up da P-71 em Itapu e início de produção do FPSO Almirante Barroso no campo de Búzios.

No entanto, isso não foi o suficiente para fazer o volume total crescer. No consolidado, a produção total caiu -1,5%,  para 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), mas em linha com o guidance da companhia e sem grandes surpresas.

Refino

Já no segmento de Refino observamos um crescimento interessante, com a estratégia da nova gestão de voltar a ganhar market share (participação de mercado). O volume de produção no refino cresceu quase +10% no trimestre, por conta do aumento do fator de utilização do parque de refino, que subiu de 85% para 93% no trimestre, o maior nível desde 2015. 

No entanto, esse crescimento não necessariamente é boa notícia para os acionistas, já que ainda precisamos esperar pelos resultados para entender se isso implicou em uma perda relevante de margens – em outras palavras, se a Petrobras está vendendo combustíveis com preços mais baixos do que deveria para não desagradar o governo. 

Além de entender melhor as margens do refino, os resultados também devem trazer a definição sobre a política de dividendos da Petrobras, que provavelmente será reduzida na comparação com anos anteriores, mas ninguém sabe ao certo o quanto. 

Ou seja, apesar dos números interessantes mostrados na prévia, o mercado está mais interessado em fatores que serão revelados apenas nos próximos dias. 

Por ora, negociando por apenas 2,5x Valor da Firma/Ebitda e um dividend yield esperado para o ano próximo dos 20%, a Petrobras segue como uma sugestão para os investidores focados em dividendos, desde que já tenham uma carteira devidamente diversificada. 

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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.