A Petrobras (PETR4) apresentou resultados referente ao 2T24 bastante poluídos pelo acordo com o Carf e revisão do Plano de Saúde, mas apesar de esses efeitos terem levado a companhia a um prejuízo na linha final, ao excluir os efeitos não recorrentes os resultados vieram em linha com as expectativas do mercado.
Resultados da PETR4 por segmento de atuação da petroleira
No segmento de Exploração e Produção (E&P), a Receita caiu 1,3% vs 1T24 por conta dos menores volumes no trimestre, reflexo de paradas para manutenção no período que afetaram a produção. Isso, combinado com as despesas não recorrentes mencionadas fizeram o Ebitda do segmento cair 11%, para US$ 7,9 bilhões. Importante mencionar que mesmo com a queda de volumes, os custos de extração (lifting cost) ficaram praticamente estáveis.
No segmento de Refino, a demora em repassar o aumento de preços de combustíveis prejudicou as margens, e fez o Ebitda do segmento cair 32% na comparação com o 1T24, para US$ 1,36 bilhão. É importante mencionar que esse efeito já era esperado.
Em Gás e Energia, menores volumes e preços de gás natural acabaram provocando um recuo de 24% no Ebitda do segmento, que atingiu US$ 372 milhões.
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2T24 da Petrobras está em linha com as expectativas
No consolidado, o Ebitda da Petrobras atingiu R$ 9,6 bilhões, um recuo de 21% ante o 1T24. Excluindo as despesas não recorrentes relacionadas ao acordo tributário e revisão atuarial Plano de Saúde, o Ebitda Recorrente chegou a US$ 12 bilhões, uma queda de 3,7% vs 1T24 e praticamente em linha com as expectativas, que já esperava um ligeiro recuo por conta das paradas para manutenção do período.
O Resultado Financeiro também foi atrapalhado pelo acordo tributário, e ainda contou com efeitos negativos da variação cambial sobre a dívida, o que implicou em um prejuízo de US$ 325 milhões na linha final do demonstrativo.
No entanto, ao excluir todos os efeitos não recorrentes, a companhia teria apresentado um lucro líquido de US$ 3 bilhões, em linha com as estimativas.
Petrobras confirma que não haverá dividendos extraordinários
Além dos resultados, a Petrobras trouxe duas notícias importantes relacionadas ao plano de investimentos e aos dividendos.
O Capex estimado para o ano de 2024 foi reduzido de US$ 18,5 bilhões para aproximadamente US$ 14 bilhões, sem alteração no guidance de produção, o que é boa notícia pensando em geração de caixa e capacidade de pagamento de dividendos futuros – isso também reduz as chances de a companhia investir em ativos de baixo retorno.
Além disso, foi anunciado o pagamento de R$ 13,5 bilhões em dividendos da Petrobras aos acionistas, o que está em linha com a política de remuneração. No entanto, a não distribuição de dividendos extraordinários pode afetar um pouco o humor.
De qualquer maneira, a Petrobras anunciou mais um resultado trimestral resiliente e deve continuar sendo uma boa alternativa para dividendos. No entanto, nos múltiplos atuais já vemos os papéis bem precificados dados os sempre existentes riscos políticos inerentes à tese. Por isso, mantemos uma recomendação neutra para PETR4.
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