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PetroRio (PRIO3): diminuição do custo de extração é destaque em bom 4T22; veja o que recomenda a Empiricus Research

Queda no lifting cost ameniza receita abaixo da expectativa no 4T22; lucro líquido da PetroRio sobe 19% na comparação anual

Por Larissa Quaresma, CFA

02 mar 2023, 15:52 - atualizado em 02 mar 2023, 15:52

PetroRio PRIO3
Imagem: Divulgação/PetroRio

Na última segunda-feira (1), após o fechamento do mercado, a PetroRio (PRIO3) divulgou seus números do 4T22, que vieram em linha com a expectativa.

A receita abaixo da expectativa foi parcialmente compensada pelo custo de extração menor, além do resultado financeiro mais favorável.

A companhia produziu 47,6 mil barris de petróleo equivalente por dia (boe/d) durante o trimestre, crescimento anual de 47%.

Apesar disso, o volume efetivamente vendido caiu 40% na mesma comparação: os descontos de frete praticados no mercado internacional estavam desfavoráveis, então a companhia preferiu estocar parte da produção, que foi então vendida depois da virada do ano.

Com isso, a receita líquida foi de US$ 175 milhões no 4T22, queda anual de 45%.

Custo de extração atinge melhor patamar histórico da PetroRio

Por sua vez, o custo de extração foi um destaque positivo: ficou em US$8,60/barril, melhora anual de 27% e o melhor patamar da série histórica.

Assim, o custo dos produtos vendidos foi de US$ 31 milhões, com queda superior à contração de receita e, portanto, com ganho de margem bruta.

As despesas gerais e administrativas vieram em US$ 12 milhões, crescimento anual de 2%, devido a maiores gastos com pessoal.

Com isso, a PetroRio entregou um EBITDA ajustado de US$ 117 milhões, queda anual de 47%, com margem de  67% (-2p.p a/a). A contração se deve ao menor volume de vendas, como explicado acima.

Lucro líquido apresenta alta de 19% na comparação anual

O resultado financeiro 94% melhor na comparação anual, além da linha positiva de imposto de renda e contribuição social, contribuíram para o lucro líquido 19% melhor na comparação anual: US$ 190 milhões.

A companhia gerou US$ 288 milhões em caixa operacional no trimestre, 27% a menos que no 4T21. Em termos de alavancagem, a companhia segue em uma posição confortável, com um caixa líquido de US$ 380 milhões.

Por fim, a PetroRio anunciou o início da produção do poço MUP5, que é parte do projeto de revitalização do Campo de Frade, na Bacia de Campos.

O novo poço está produzindo 8mil boe/d, superior às previsões iniciais, aumentando a produção do Frade em 25%, e adicionando 10% à produção total da companhia.

Esse poço foi inaugurado 1 ano antes do previsto inicialmente no plano de revitalização, o que é mais uma demonstração da capacidade de execução da companhia.

PRIO3 mostra qualidade, mas não é a preferida do setor

Mais uma vez, a PetroRio mostra a qualidade da sua execução, com ganho de escala na produção e diluição dos custos, diminuindo o “lifting cost” (custo de extração).

Entretanto, nossa ressalva em relação à ação vem do valuation premiado: PRIO3 negocia a um múltiplo valor da firma / reservas de US$ 9,30/boe, versus US$ 4,30/boe de 3R, uma diferença que nos parece exagerada.

Pela discrepância de preço, reforçamos nossa preferência por RRRP3 dentre as “minor oil companies”.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.