Se houve algo que as últimas eleições municipais deixaram bem claro foi o fortalecimento dos partidos alinhados à direita no Brasil. Das 11 capitais que já elegeram seus prefeitos no primeiro turno das eleições, apenas uma delas deu vitória para um partido mais próximo da esquerda – o candidato recifense João Campos, do PSB.
Em live em seu Instagram nesta quinta-feira (17), Felipe Miranda, sócio-fundador e estrategista-chefe da Empiricus Research, apontou que, após os resultados das eleições, políticos do “centrão” devem começar a alinhar suas pautas mais próximas às ideologias da direita.
Além disso, o analista está determinado: “teremos um rali brasileiro desde agora. Vamos ter que viver esse período [de bear market na bolsa brasileira] por mais um ano, antes de ter um super rali na bolsa em 2026, com a chegada de eleições com tendência de propostas mais pró-mercado, a favor da privatização e mais liberais”, afirma.
Eleições municipais de 2024 em números
Nas eleições municipais de 2024, votadas em 6 de outubro, 11 capitais já elegeram seus prefeitos. São elas:
- São Luís, MA: Eduardo Braide (PSD)
- Florianópolis, SC: Topázio Neto (PSD)
- Rio de Janeiro, RJ: Eduardo Paes (PSD)
- Maceió, AL: JHC (PL)
- Rio Branco, AC: Tião Bocalom (PL)
- Salvador, BA: Bruno Reis (União Brasil)
- Teresina, PI: Silvio Mendes (União Brasil)
- Macapá, AP: Dr. Furlan (MDB)
- Boa Vista, RR: Arthur Henrique (MDB)
- Vitória, ES: Lorenzo Pazolini (Republicanos)
- Recife, PE: João Campos (PSB)
Com base em dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), também apurou-se que o PT, partido do presidente Lula, elegeu 248 prefeitos em todo o Brasil (66 a mais que em 2020). Em 2012, em seus anos de ascensão, ele chegou a conquistar 635 cidades.
O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou um crescimento mais expressivo. Ao todo, o partido conseguiu vencer em 512 cidades (168 a mais que em 2020).
O que mudou na economia depois das eleições?
Após o resultado das eleições, Miranda enxerga que houve uma mudança na postura do Poder Executivo.
“Desde então, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem enfaticamente defendendo uma agenda de corte de gastos, com o apoio da ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que [o plano] inclusive transbordaria as metas de 2025”, diz o CEO.
Além disso, ele comenta que o presidente Lula enfim acatou um pedido dos bancos por uma reunião na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta quarta-feira (16). “A sensação agora é de que o presidente quer referendar os planos do ministro Haddad”, adiciona.
Miranda acredita que neste momento, está se desenhando um panorama muito positivo para os investidores da bolsa de valores para os próximos anos. “O recado dado nas eleições municipais e a leitura do congresso e do atual governo sobre o resultado parece ter diminuído bastante o downside brasileiro”, comenta o analista otimista.
Em sua visão, o mercado deve ver um upside maior, mesmo que a curto prazo. “A melhora pode significar duas coisas: ou que o governo está entendendo o recado e vai começar a cortar gastos ou que estamos contratando um superciclo com a sociedade em 2026”, completa Miranda.
A tese que compartilha com seus investidores no momento é de que os próximos anos devem direcionar o Brasil para políticas de sentido pró-mercado. “Poderia haver um rali de 9 anos”, calcula Miranda, considerando a recuperação a partir de 2026, seguida de dois mandatos presidenciais com políticas econômicas e fiscais mais alinhadas aos interesses do mercado.
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