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Por que a Vale (VALE3) deu lugar à Gerdau (GGBR4) na carteira de dividendos recomendada pela Empiricus para dezembro?

Carteira de ações voltada para quem busca dividendos rendeu 13,2% em novembro; agora, portfólio contra com a entrada da Gerdau (GGBR4) para manter o ritmo

Por Juan Rey

04 dez 2023, 17:04 - atualizado em 04 dez 2023, 17:05

Imagem para representar os dividendos, uma parcela do lucro apurado por uma sociedade anônima, distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social. vale3 ggbr4

A carteira mensal de dividendos da Empiricus, que rendeu 13,2% em novembro, acaba de ser atualizada para dezembro. A principal mudança foi a saída da mineradora Vale (VALE3) para a entrada da siderúrgica Gerdau (GGBR4).

Segundo o analista Ruy Hungria, da Empiricus, a decisão pela saída de VALE3 da carteira foi “tática”. “Entendemos que a ação subiu bem e preferimos abrir oportunidade para outro papel que não estava passando por um momento tão bom em termos de preço”, afirmou.

É importante mencionar que a Vale segue recomendada em diversas séries da Empiricus. No entanto, como a carteira mensal tem limitação de cinco ações, a mineradora foi a escolhida para deixar o portfólio.

Saiu Vale, entrou Gerdau

Para o lugar de VALE3, a empresa escolhida foi a Gerdau (GGBR4). Enquanto boa parte das ações subiu em novembro, a siderúrgica foi “deixada para trás” e se apresenta como uma oportunidade, avaliou Hungria.

A Gerdau tem sofrido nos últimos meses com alguns fatores, como a desaceleração no consumo de aço e a queda nos preços da commodity depois de um ciclo pós-pandemia amplamente favorável.

“O período pós-pandemia foi muito forte não só em termos de consumo de aço, mas também com preços impulsionados pela Guerra entre Rússia e Ucrânia, dois países importantes nesse mercado. Isso acabou secando a oferta e os preços e volumes de venda foram muito bons”.

Com a “normalização” do mercado de aço, os papéis da Gerdau sofreram e caíram mais de 25% do início de agosto até o final de novembro.

Na visão de Hungria, o valor atual de GGBR4 embute um pessimismo elevado e a ação se encontra em preço atrativo, além de ser uma boa pagadora de dividendos.

“O dividend yield deve chegar próximo dos dois dígitos no ano que vem, incluindo o programa de recompra de ações. A empresa também tem um nível de alavancagem muito baixo que permite continuar pagando dividendos, ainda que o setor não melhore. Nesse nível de preço entendemos que é um bom momento para entrar na carteira”.

Carteira de dividendos subiu 13,2% em novembro; o que esperar para dezembro? 

Não é novidade que novembro foi um mês muito positivo para os ativos de risco. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu 12,5% no período, e a carteira de dividendos da Empiricus, 13,2%.

Para Ruy Hungria, embora não seja possível prever qual será o desempenho da bolsa em dezembro, as condições estruturais continuam favoráveis para a renda variável.

“Ainda temos uma bolsa em nível de valuation bastante atrativo e uma Selic que deve continuar caindo, com possibilidade de aceleração no ritmo de corte”, afirmou Hungria.

Apesar do otimismo, o analista lembra que o investidor não deve ficar “mal acostumado” e achar que a bolsa vai sempre repetir o desempenho de novembro, ainda que as condições positivas estejam postas.

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Em todos os casos, uma das vantagens das grandes pagadoras de dividendos são a solidez e a menor volatilidade na comparação com outras companhias listadas.

Isso porque essas empresas conseguem surfar o bom momento dos mercados e, ao mesmo tempo, se portarem de maneira mais defensiva em períodos não tão favoráveis.

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Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br