O cenário para o mercado global prosseguirá desafiador por um bom tempo. Isso porque as peças que estão no tabuleiro são a alta da taxa de juros nos Estados Unidos, o início de ciclo de aperto monetário em outros países desenvolvidos, as incertezas em relação ao combate da Covid-19 na China e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Por isso, Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empiricus, defende um short em S&P500 no curto prazo, ou seja, uma pequena posição vendida nesse que é um dos principais índices da bolsa americana, uma carteira teórica com as ações mais representativas e com grande peso no setor de tecnologia.
“Esse short em S&P 500 me parece um bom hedge (proteção) para o momento, se você tiver posição comprada em ativos de risco brasileiros. Acredito nessa dinâmica de outperformance relativa da bolsa brasileira sobre a americana”, disse nesta quinta-feira (19/05) em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, canal exclusivo de comunicação com os assinantes da casa. Ele tem recomendado sobre essa operação há alguns dias e a sua tese foi detalhada em relatório da série Palavra do Estrategista, disponibilizado ontem (18/05) aos assinantes.
Conforme estudos que ele e sua equipe de analistas fizeram, o S&P 500 vem recuando fortemente – acumula cerca de -20%, podendo desvalorizar ainda mais. Hoje, está transitando na casa dos 3.930 pontos. “O S&P 500 pode chegar aos 3.600 e se houver ruptura pode cair para 3.000”, destaca.
O presidente do Fed (banco central americano), Jerome Powell, tem demonstrado uma postura mais e o mercado segue apreensivo em relação ao ritmo de alta dos juros para controlar a escalada de preços.
Entretanto, segundo ele, a grande preocupação em âmbito global é a persistência de um cenário de inflação elevada e desaceleração da economia, sobretudo dos EUA
“Isso tem gerado esse mau humor intenso e não vamos nos iludir, pois não parece que esse movimento está se esgotando. Há essa onda de demissões em techs, fintechs ou cases do financial deepening. Essas empresas terão que ser redimensionadas”, explica Felipe.
Além disso, os resultados corporativos referentes ao 1T22 das empresas de tecnologia e do varejo, que têm saído abaixo das expectativas, intensificam a ‘tempestade’ nas bolsas dos EUA.
O outro lado da moeda: a Bolsa brasileira
Por outro lado, embora não siga livre das turbulências, o Ibovespa conta com grande participação de ações de produtoras de commodities e bancos tradicionais, setores que são capazes de surfar melhor o atual cenário macro, segundo o analista.
“Temos a ciência e convicção, demonstrações objetivas de atratividade de preços na Bolsa brasileira”, ressaltou Felipe sobre oportunidades disponíveis, empresas de qualidade que valem a pena ter na carteira com uma perspectiva de ganhos no médio e longo prazo.
Quer saber mais sobre o cenário macro e o short em S&P 500? Se você já é assinante, acesse o relatório completo que o Felipe Miranda preparou, caso ainda não seja, aproveite para conhecer a série Palavra do Estrategista por sete dias gratuitamente [clique aqui]