Investimentos

Porto (PSSA3): como a companhia pode ser afetada pelos eventos do Rio Grande do Sul?

Entenda os possíveis impactos da tragédia do RS no segmento Auto da Porto – o que mais deve gerar sinistros na região.

Por Ruy Hungria

31 maio 2024, 13:34 - atualizado em 31 maio 2024, 13:34

Porto (PSSA3) e novo CEO
Imagem: Divulgação/Porto

É comum neste momento muitos investidores terem dúvidas sobre os possíveis impactos do cenário do Rio Grande do Sul sobre a Porto (PSSA3).

Neste artigo, vamos focar no segmento Auto, que é o foco de atuação da Porto e também o segmento que mais deve gerar sinistros na região. 

Reprodução: Garagem 360. 

Aliás, é importante lembrar que na teleconferência de resultados a Porto não alterou seu guidance, o que sugere que a companhia não espera impactos relevantes do evento

Mas podemos utilizar algumas informações passadas no 1T24 para tentar quantificar o impacto.

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Uma estimativa do impacto para a Porto

Na teleconferência de resultados, Paulo Kakinoff, CEO da companhia, disse que a Porto possui entre 30 mil e 60 mil carros segurados nas regiões afetadas pelas enchentes, o que representa entre 0,5% e 1% do total da frota segurada da companhia. 

Além disso, a proporção de sinistros em eventos catastróficos parecidos (da companhia e de outras empresas do setor) normalmente não passa de 15%. Com isso, montamos a tabela abaixo: 

Estimativas: Empiricus. 

Na coluna Menor Impacto utilizamos premissas menos negativas como a frota de 30 mil carros (piso do intervalo mencionado pelo CEO), frequência de sinistros de 10%, entre outros…

Na coluna Maior Impacto, aumentamos o “estrago”, com frota e frequência no topo da faixa indicados, entre outros fatos como menor índice de recuperação e maior valor médio dos veículos. 

De tudo o que temos acompanhado até agora, esperamos que os impactos estejam bem mais próximos do Menor Impacto

Há outros fatores que podem amenizar os impactos, sendo o mais importante uma precificação mais racional do setor depois de um evento tão negativo.

Seja como for, é importante notar que mesmo nas premissas mais negativas, o impacto nos lucros deve ser bastante limitado, dadas as proporções da catástrofe.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.