Depois da crise da Americanas (AMER3), parece que o mercado de crédito privado voltou a respirar (embora ainda por aparelhos). É hora de voltar para o investimento?
Alexandre Alvarenga, analista da Empiricus Research, explica, no Giro de Mercado desta quarta (28), que há, sim, motivos para estar mais otimista com os papéis de empresas privadas. O especialista destaca três pontos:
Possível corte de juros em agosto
Na ata do Copom divulgada ontem (27), o Banco Central demonstrou interesse em começar a redução da taxa de juros no segundo semestre. Talvez o primeiro corte seja de apenas 25 p.b. (mudando de 13,75% para 13,50%) , mas, na visão do analista, o que importa é que seria o início de um ciclo maior de arrefecimento dos juros.
“Se você reduz o juro, reduz também o custo das dívidas indexadas ao CDI e aumenta a possibilidade de renegociação de dívida para as empresas. Elas podem renegociar dívidas por taxas menores do que as contratadas”, ele comenta.
Uma Selic menor tornaria o financiamento mais acessível também às famílias, aquecendo a indústria de crédito como um todo.
Fluxo para a indústria de crédito está se recuperando
No início do ano, muito por conta do caso Americanas, o Brasil acompanhou uma enxurrada de investidores saindo dos fundos de crédito privado. Segundo monitoramento da equipe da série Os Melhores Fundos de Investimentos, o movimento se concentrou principalmente em fundos d+0 e d+1 – aqueles com resgate mais líquido (no mesmo dia ou em um dia útil). Os fundos com prazos de resgate maior, sofreram menos.
“Embora o fluxo ainda não tenha ‘normalizado’, temos visto uma desaceleração nos resgates muito relevante. Isso desde abril, mais ou menos, quando a inflação começou a diminuir e a chance do corte de juros aumentou. E no curto, médio prazo, com esse cenário mais propício, podemos ver esse fluxo aumentar de novo”, destaca Alexandre.
Valuation do crédito vale a pena
Depois do evento de Americanas, segundo o analista, os ativos de crédito subiram de um spread médio de CDI + 1,7% ao ano para mais ou menos CDI + 2,9%. “Esses spreads continuam ainda altos, mas atingiram uma estabilidade em CDI + 2,7% ao ano desde março”, explica o analista.
Alexandre considera bastante interessante o carrego (quando você leva até o investimento vencimento) dos ativos com esse nível de spread, principalmente dos mais conservadores.
Qual a melhor opção para aproveitar a volta do crédito privado?
“Antes de falar onde investir, eu recomendo primeiro ficar longe dos fundos de crédito muito líquidos, com resgate no mesmo dia, por exemplo, porque são mais arriscados. Muitas vezes eles são ‘marketeados’ como fundo de reserva de emergência e acaba acontecendo de todo mundo resgatar, como foi no começo do ano, porque a pessoa não sabe exatamente no que está investindo”, orienta.
Agora, em relação a como aumentar a parcela de crédito da carteira, Alexandre recomenda o fundo Augme 45, que passou a compor as carteiras multiestratégias dos Melhores Fundos de Investimentos recentemente.
“Antes, nossa posição em crédito privado estava em -1, ou seja, estávamos abaixo de ‘neutro’. Agora, voltamos pro ‘neutro’, então não quer dizer também que estamos 100% otimistas e vamos colocar tudo nessa classe de ativos. Estamos aumentando aos poucos e fizemos isso por meio do fundo da Augme, que é uma gestora tradicionalmente mais ‘high yield‘, que foca em ativos que paga mais prêmio“.
Segundo ele, o Augme 45 é uma boa opção pela qualidade da equipe técnica da gestora, com anos de experiência em ativos de crédito: “O fundo tem uma expectativa de retorno entre CDI + 0,5% e CDI + 1% ao ano e é o que ele tem entregado nos 12 anos de histórico. Mas, considerando as oportunidades que o fundo tem aproveitado, hoje a carteira tem um carrego de CDI + 2,5% ao ano bruto – tirando as taxas de administração e performance, fica CDI + 1,5%, que ainda é bem interessante”. Para conhecer melhor o fundo, clique aqui.
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Confira a tese completa de Alexandre Alvarenga sobre crédito privado no vídeo a seguir: