O preço do petróleo volta a disparar – hoje cedo, o tipo brent avançava 3%. Dentre os principais fatores que contribuem com essa alta está a decisão da União Europeia (UE) de impor embargo ao petróleo russo com efeito imediato a dois terços das importações, uma forma de conter o financiamento da guerra contra Ucrânia, liderada por Vladimir Putin. Até o fim do ano, o objetivo da UE é chegar a um corte de 90%.
“Isso gera temor de desabastecimento e problemas de oferta. O petróleo em alta bate também com a preocupação com a inflação”, destacou Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empiricus, nesta terça-feira (31/05) em seu grupo no Telegram Ideias Antifrágeis, um canal direto que mantém com os assinantes de todas as séries da casa.
Além das cotações do petróleo, os preços de outras commodities como o minério de ferro sobem em função de dados um pouco mais animadores sobre a economia chinesa, grande importadora de matérias-primas.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial passou de 47,4 em abril para 49,6 pontos em maio. O número veio acima das expectativas dos analistas consultados pelo Wall Street Journal – eles aguardavam 48,9. Nesse indicador, os 50 pontos separam a expansão da contração. Portanto acima de 50, a economia vai bem enquanto abaixo, enfrenta maiores desafios.
Possível privatização da Petrobras (PETR4)?
Por aqui, o Ministério das Minas e Energia enviou um ofício ao Ministério da Economia solicitando a entrada da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos e a realização de estudos sobre a privatização da companhia.
A Petrobras destacou em Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) esse pedido do ministério: “A qualificação da Petrobras no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) tem como objetivo dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à desestatização da empresa.”
Felipe Miranda diz que é cético quanto à privatização da Petrobras no curto prazo. “Eu não acredito na privatização da Petrobras nesse momento, não acho que deve acontecer, mas só de haver o debate, confesso que acho positivo. Há alguns anos era impensável que a gente estivesse debatendo esse assunto”, comenta.
Para o analista, o papel do governo não deveria ser o gerenciamento de uma empresa do setor petrolífero, mas sim o de atuar em programas sociais e iniciativas de educação e segurança.
Companhias no radar
Novo integrante do conselho da MRV (MRVE3)
Deixando o comando da Gol, Paulo Kakinoff assumirá uma cadeira no conselho de administração da MRV. A incorporadora informou ontem a aprovação do nome dele . “É um grande executivo que agora vai ao conselho da MRV. Tenho certeza de que ele irá acumular alguns colegiados com o brilhantismo que tem”, afirma Felipe.
Ferbasa (FESA3; FESA4) anuncia proventos
A Ferbasa vai pagar R$ 78,4 milhões em dividendos e juros sobre o capital próprio. Para ter direito aos proventos da companhia, os acionistas devem estar com posição comprada no dia 9 de julho. Os ativos serão vendidos como ex-direitos a partir de 10 de junho.
Getnet (GETT11): saída da Bolsa será discutida em assembleia
A Getnet marcou para 8 de julho a assembleia de acionistas para deliberar sobre o seu processo de saída da Bolsa.
A empresa pretende deixar a Bolsa cerca de 7 meses após a sua estreia. A terceira maior empresa de adquirência quer fazer uma oferta pública de deslistagem para aquisição da totalidade das ações ordinárias e preferenciais negociadas na B3 e ADRs na Nasdaq. Na visão de Felipe Miranda, esse fechamento de capital faz sentido.