Nesta quarta-feira (12), a Mitre (MTRE3) divulgou sua prévia operacional do primeiro trimestre do ano, com resultados interessantes diante do contexto.
A companhia realizou apenas um lançamento no trimestre (março): o Origem Guilhermina, localizado no bairro do Butantã, em São Paulo. O VGV do empreendimento é de R$ 297 milhões, sendo que 15% das unidades foram vendidas em menos de um mês.
As vendas líquidas da companhia foram de R$ 242 milhões no período, crescimento de 57% em relação ao 1T22 (que não teve lançamentos). Trata-se do melhor primeiro trimestre de vendas da história da Mitre.
O indicador Vendas Sobre Oferta (VSO) registrou leve recuperação na comparação anual, atingindo 12,2%. Ainda assim, a linha demonstrou queda marginal em relação ao 4T22 (15,5%), período mais aquecido em termos de demanda e ritmo de lançamentos.
Vale citar que o momento é desafiador para o mercado imobiliário, especialmente no segmento de média/alta renda – o elevado patamar da taxa de juros tem relação direta com esse desempenho.
Mesmo neste contexto, o nível de distratos se mostrou controlado novamente. A companhia entregou quatro projetos no trimestre, com repasse de 81% e apenas 1,1% de unidades distratadas. No total, a Mitre deve entregar 12 empreendimentos no ano, os quais já estão 91% vendidos. Sendo assim, a manutenção dos distratos em patamar baixo é essencial para a geração de caixa da incorporadora, que promete ser positiva em 2023.
Ao final do período, a Mitre possuía 2.834 unidades em estoque, totalizando um VGV de R$ 1,75 bilhão. A companhia segue com uma safra de estoque recente (cerca de 90% lançado nos últimos 2 anos), o que é importantíssimo para suportar este período menos favorável no mercado imobiliário.
O ano de 2023 ainda exige disciplina por parte das incorporadoras, tendo em vista a instabilidade da demanda. Com isso em mente, a Mitre segue caminhando em um contexto de recuperação. Negociando a 0,4 P/B e 4 vezes os seus lucros para 2023, a Mitre (MTRE3) segue com recomendação de compra da Empiricus.